Economia

Setor sucro-alcooleiro não indica retração nos investimentos, constata BNDES

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postado em 16/11/2008 15:51
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não detectou qualquer movimento no sentido de cancelamento ou mesmo adiamento de investimentos no o setor sucro-alcooleiro, cuja concessão está em análise na instituição. ;Não há hoje na carteira que o BNDES tem em análise no banco, que é bastante expressiva, nenhuma notícia ou caso de desistência de solicitação de empréstimos. São inúmeros projetos e alguns com valores de financiamento muito expressivo. Essa é a notícia que eu acho mais relevante;, afirmou superintendente da Área Industrial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Júlio Ramundo. Segundo ele, porém, com a situação difícil e momentânea como a que vive o mundo hoje é natural que haja adiamentos de planos de investimentos. ;Porque estamos falando de vultosas quantias. Independente disso, a sinalização que nós do BNDES temos dado às empresas é de crença muito grande no futuro do etanol - e isto não mudou em absoluto;. Em sua avaliação a crise afeta todos os setores, há falta de crédito generalizado e várias cadeias da economia estão sofrendo. ;Obviamente que o setor de açúcar e de álcool também, uma vez que ele já vinha de uma situação de preço que não era das mais favoráveis desde o ano passado e na crise isto se agravou;, admitiu. Ramundo fez as declarações na última semana, quando o BNDES liberou para a imprensa, detalhes do livro Bioetanol de Cana-de-Açúcar ; Energia para o Desenvolvimento Sustentável, que a instituição lança amanhã (17), no Seminário Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo. Também presente à entrevista, Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe do Departamento de Biocombustíveis, lembrou que os crescimentos anuais dos desembolsos do BNDES têm sido da ordem de 80% em todo o complexo sucro-alcooleiro. ;A gente está falando em apoio ao aumento da capacidade produtiva do parque industrial. Da venda de equipamentos industriais e agrícolas para a cadeia, dos projetos de co-geração - que também vem crescendo ao longo dos anos - e falando também da participação do banco no capital de algumas empresas, até porque entendemos que o processo de consolidação do setor vai acontecer em algum momento;. Cavalcanti informou que, juntando os produtos que o BNDES ofereceu ao setor no ano passado, o desembolso foi da ordem de R$ 3,6 bilhões. ;Um valor que por si só já é bastante expressivo porque se vocês olharem todo o desembolso global do BNDES, este valor representa algo da ordem de 5,5% de todo o desembolso e vem sistematicamente crescendo;. Segundo ele, a participação do setor nos desembolsos do banco, que no ano de 2004, quando foi lançado o carro flex, era da ordem de 1,5%, chegou no ano passado a 5,5%,. ;E este ano dados até outubro indicam uma participação do complexo sucro-alcooleiro da ordem de 7,5%. Foram desembolsados R$ 70 bilhões e o setor representou R$ 5,2 bilhões;. Cavalcanti adiantou que o banco tem hoje mais de 70 projetos na Carteira do Departamento de Bicombustíveis. ;São projetos em diferentes estados, operações já em fase final de contratação e liberação de recursos, e operações ainda no início do processo analítico aqui no banco. A gente não tem nenhum registro de desistência das empresas que enxergam no segmento um setor estratégico no longo prazo;.

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