Economia

Bolsa do Japão sobe, mesmo com economia em recessão

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postado em 17/11/2008 08:41
A Bolsa de Valores de Tóquio, no Japão, fechou em alta nesta segunda-feira (17/11) mesmo com as notícias de que a segunda maior economia do mundo entrou em recessão pela primeira vez desde 2001. O governo do país divulgou hoje que o Produto interno bruto (PIB) caiu 0,1% no terceiro trimestre - e 0,4% no ano. O índice Nikkei, que mede os negócios na Bolsa, avançou 0,7%, com a esperança dos investidores sobre a reunião do G20, realizada entre os países mais ricos e os principais emergentes no sábado. Os mercados asiáticos, em geral, fecharam o dia com tendências variadas. Em Hong Kong, o pregão operava com queda de 0,48% perto do fim do dia; na Austrália, a queda era de 2,32%; a Coréia do Sul recuava 0,91%. Na China, o mercado avançava 1,42%. Prejudicado por uma forte redução do investimento empresarial, o PIB japonês recuou 0,1% pelo segundo trimestre consecutivo. Esse número contrasta com as estimativas do mercado, que previa um aumento de 0,1% em comparação com o trimestre anterior. No segundo trimestre, o PIB já havia sofrido uma contração de 0,9% em relação ao trimestre anterior, segundo dados oficiais revisados. A notícia de recessão da economia japonesa fez com que a Bolsa de Tóquio abrisse as negociações com perda de 2,4%. Outros países desenvolvidos estão oficialmente em recessão, como Alemanha e Itália, que divulgaram números de queda do PIB na última semana. Acordo econômico Neste fim de semana, líderes políticos mundiais que participaram da Cúpula do G20, em Washington (EUA), se comprometeram a realizar uma reforma dos mercados financeiros por maior transparência e regulação, e que promova uma maior integridade no sistema. Além disso, o documento final do encontro mostra que existe consenso entre os países quanto a necessidade de reformar instituições financeiras internacionais. "Estamos decididos a aumentar nossa cooperação e trabalhar juntos para restaurar o crescimento global e aprovar as reformas necessárias nos sistemas financeiros mundiais", afirma o comunicado. No documento, os líderes do grupo - cujos países representam 85% da economia mundial - se comprometem a aplicar medidas fiscais para estimular as economias nacionais, e lista seis áreas que devem ser priorizadas antes de 31 de março de 2009. As prioridades apontadas são: a reforma dos aspectos da regulação que colaboram para a crise, as normas de contabilidade, a transparência dos mercados derivados, as práticas de remuneração e a avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais. Os ministros das Finanças dos países do G20 também deverão estabelecer uma lista das entidades financeiras cuja quebra afetaria gravemente o conjunto do sistema. Poder para emergentes O documento do G20 apontou que os líderes que participaram da reunião concordaram em aumentar a representação dos países em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial. "Estamos decididos a fazer avançar a reforma das instituições de Bretton Woods, de forma a refletir melhor a evolução dos respectivos pesos econômicos na economia mundial para aumentar sua legitimidade e eficácia", destaca o texto. "Nesse sentido, as economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo os países mais pobres, devem ter sua voz mais ouvida e ser melhor representados", afirma o comunicado oficial.

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