postado em 17/11/2008 15:05
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (17/11) que o G-20 deve se tornar o mais importante fórum mundial para o debate de questões econômicas. Segundo Meirelles, o grupo, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes, "tende a ocupar o lugar do G7 (os países mais ricos) no longo prazo, porque os emergentes estão tendo um peso maior na economia mundial", disse ele, em palestra na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na cidade de São Paulo.
Os países do G-20 ser reuniram neste final de semana num encontro de cúpula em Washington. Embora analistas manifestem reservas quanto aos efeitos práticos dessa reunião, outros apontaram que o evento teve caráter histórico: encontros para discutir os rumos da economia global, normalmente, ficaram restritos aos países participantes do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) ou do G8 (que inclui a Rússia).
Meirelles também afirmou que, no futuro, passado o período crítico da crise, os maiores desafios do Brasil são: investimento em infra-estrutura, a melhoria do ambiente de negócios e a realização da reforma tributária. "Não podemos permitir que a crise atrase muito essa reforma", afirmou.
Câmbio
Meirelles ainda informou que, até 14 de novembro, a atuação do BC no mercado de câmbio somou US$ 46 bilhões. Desses, a parcela de US$ 30 bilhões foram em operações de "swap" cambial; outros US$ 4,1 bilhões em empréstimos para operações de comércio exterior; US$ 6,1 bilhões em operações no mercado à vista e mais US$ 5,8 bilhões em venda de moeda americana com compromisso de recompra.
A taxa de câmbio passou de R$ 2,16 para R$ 2,27 desde o final de outubro até sexta-feira. Profissionais de mercado comentam que a atuação do Banco Central, embora não consiga deter totalmente a escalada do câmbio, tem contribuído para segurar uma disparada ainda maior dos preços da moeda.