postado em 19/11/2008 14:51
O mercado brasileiro de ações virou novamente e passa operar com baixas, sem conseguir descolar do mau humor generalizado das maiores Bolsas mundiais. A perspectiva de uma recessão global trata as tentativas de recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quarta-feira (19/11) enquanto mantém o dólar pressionado, na casa de R$ 2,381.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvaloriza 0,90% e marca os 33.786 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,17 bilhão. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perde 1,65%.
O dólar comercial é cotado a R$ 2,381 para venda, o que representa um avanço de 2,32% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 477 pontos, número 2,36% acima da pontuação anterior.
As Bolsas européias, que iniciaram o dia em baixa, desabaram perto da conclusão das operações. Em Londres, o índice FTSE caiu 4,06%, enquanto o índice Dax, do mercado alemão, recuou 4,52%. Uma das principais notícias do dia, o indicador CPI, o índice de preços ao consumidor dos EUA, apontou deflação de 1% em outubro. Segundo o Departamento de Trabalho americano, trata-se da maior queda para este indicador desde fevereiro de 1947. Em setembro, o mesmo índice havia ficado estável.
Ontem, o índice de preços PPI (preços no atacado) reforçou as expectativas de que os EUA caiam em recessão ao registrar uma variação negativa de 2,8% em outubro, a pior deflação num mês desde 1947. O mercado também deve ficar atento à divulgação da minuta do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês, equivalente ao Copom no Brasil), previsto para as 17h (hora de Brasília). O documento deve trazer as análises dos integrantes do Fed (banco central americano) sobre a economia dos EUA. Entre outras notícias, o IBGE revelou que a taxa de desemprego recuou de 7,6% em setembro para 7,5% em outubro. É o melhor resultado para um mês de outubro, e o segundo melhor da série - iniciada em março de 2002 -, atrás apenas de dezembro de 2007 (7,4%). Nossa Caixa.
O mercado está agitado por rumores sobre a aquisição iminente do banco estadual Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Hoje, o governador de São Paulo, José Serra, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reúnem-se em Brasília, mas o Planalto desmentiu que o assunto principal seja a fusão das duas instituições financeiras.
A ação ordinária do BB sobe 0,74% no pregão de hoje da Bolsa, enquanto a ação da Nossa Caixa retrai 0,25%.