postado em 19/11/2008 16:38
O ministro da Energia da Argélia e presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, afirmou nesta quarta-feira que o órgão perdeu US$ 700 bilhões em decorrência da crise financeira internacional.
Em discurso no fórum do jornal argelino em árabe El Khabar, Khelil explicou que as perdas se devem à queda dos preços do petróleo no mercado mundial. "Nós tínhamos como meta um barril de petróleo a US$ 85, mas atualmente está a US$ 55, o que representa perdas de US$ 700 bilhões", destacou.
O ministro disse que os membros do cartel ficaram surpresos com a rejeição dos países consumidores de petróleo ao fato de a Opep persistir em impulsionar em alta os preços da commodity, apesar da crise mundial. "A participação da Opep para aliviar a crise financeira é mais importante que a do Tesouro americano", afirmou, e explicou que a perda de US$ 700 bilhões constitui a contribuição da organização.
Além disso, ressaltou que a decisão da instituição de reduzir sua produção está baseada em sua preocupação de garantir a estabilidade da economia mundial.
Por outro lado, Khelil rejeitou hoje de novo a idéia de criar um cartel dos países produtores e exportadores de gás a exemplo da Opep.
A proposta foi lançada pela Rússia e apoiada em seguida principalmente por países como Irã ou Líbia, que defendem que os produtores de gás possuam uma entidade para poder proteger seus interesses. "A criação de uma Opep do gás é contrária aos interesses da Argélia e outros países produtores e exportadores em suas relações com os grandes consumidores. Destruiria a relação de confiança necessária para a estabilidade do mercado", disse.
Para ele, uma organização desse tipo não poderá controlar nem os preços nem as quantidades de exportação, já que os contratos de gás são a longo prazo.