postado em 20/11/2008 08:51
A manhã começa de forma negativa nas bolsas européias, em uma nova rodada de vendas de ações motivada pelas preocupações de que o sistema financeiro ainda está sofrendo, com um pano de fundo de severa desaceleração econômica global que deve derrubar os lucros de empresas de outros setores. Além dos bancos, as montadoras estão no foco dos mercados, especialmente nos EUA, onde o pacote de socorro à indústria automotiva foi retirado da pauta do Senado.
"O sentimento está rapidamente se deteriorando, com a onda de vendas estendendo sua rota global nas ações, à medida que os dados econômicos continuam sinalizando que as condições de recessão não devem diminuir tão cedo", afirmou um operador de Londres.
Às 8h10 (de Brasília), a Bolsa de Londres perdia 2,21%, a Bolsa de Paris caía 3,44% e Frankfurt recuava 3,24%. O índice futuro Nasdaq 100 cedia 2,04%, enquanto o S 500 deslizava 1,66%. Nos demais mercados, o euro ganhava 0,30% para US$ 1,2525. O dólar subia 0,22% a 95,39 ienes. O petróleo leve para dezembro recuava 2,78%, a US$ 52,13 por barril, na Nymex eletrônica. Na Comex, o cobre caía 2,09%, a US$ 1,5680 a libra peso.
Entre os destaques de queda nas bolsas européias, os papéis de bancos, mineradoras, petrolíferas e empresas químicas arrastavam os índices para baixo.
Os papéis do UBS e do ING despencavam mais de 6%, depois que o plano do Citigroup de comprar ativos de fundos de investimento problemáticos alimentaram especulações de mais perdas nos bancos. Deutsche Bank caía 6,4%, em reação a notícia no Financial Times de que o banco alemão poderá cortar 900 empregos em mercado e reduzir sua presença em produtos estruturados.
Na contramão dos demais bancos, BNP Paribas ganhava 1,2% com a afirmação de que não está considerando um novo aumento de capital e de que seus níveis de solvência são satisfatórios.
Os papéis da Basf recuavam 4,4%. A maior empresa de químicos do mundo teve sua recomendação reduzida de "manter" para "venda" pelo Citigroup, por causa de temores sobre o pagamento de dividendos. Ontem, a Basf anunciou que fecharia quase um quarto de sua produção fora de gás e petróleo.
As ações da Air France-KLM caíam 7,5%, depois que a companhia anunciou que seu lucro operacional caiu 44% no segundo trimestre fiscal, para 405 milhões de euros.
Rolls-Royce caía 5,1% com o anúncio de que irá cortar entre 1.500 e 2.000 empregos em 2009, devido à desaceleração econômica e atrasos em programas individuais como os aviões Airbus A380 e Boeing 787.