postado em 21/11/2008 15:52
O conselheiro do Banco Central Europeu (BCE) José Manuel González-Páramo disse nesta sexta-feira (21/11) que "não é improvável" que na próxima reunião do organismo, no início de dezembro, haja um corte da taxa de juros, mas insistiu em que farão seu próprio julgamento para decidir qual é a medida adequada.
Em entrevista após discursar em uma conferência de ex-alunos de uma escola de negócios, González-Páramo explicou que o BCE interage com o mercado, mas que este realiza cortes em função de suas expectativas e riscos.
O BCE, no entanto, levará em conta todos os dados que dispor no momento de tomar a decisão, disse González-Páramo.
Também explicou que isso será feito, já que, em sua opinião, o Banco Central Europeu "sempre calculou corretamente os riscos" do momento, de forma que caso se reduzam "ainda mais" as perspectivas de crescimento e diminuam os riscos de estabilidade de preços no longo prazo, o organismo terá "mais margem de manobra".
O conselheiro do BCE admitiu que a preocupação com a estabilidade de preços a longo prazo diminuiu desde julho "de maneira sensível".
Além disso, assegurou que há vários organismos "sérios" que prevêem aumentos ligeiramente negativos da inflação nos próximos meses em países desenvolvidos.
Isso poderia significar uma "desinflação" pontual, como efeito do barateamento de alguns insumos para aumentar a produtividade, mas descartou a deflação, que, disse, é um fenômeno "muito excepcional" e que, além disso, "implica permanência e âncora de credibilidade aos bancos centrais".