Economia

JP Morgan Chase anunciou que vai demitir cerca de 3 mil funcionários

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postado em 22/11/2008 08:41
Abalados pela crise financeira, os bancos norte-americanos deram novos sinais de fraqueza. Com o valor de suas ações derretendo, o Citigroup, maior instituição dos Estados Unidos, está avaliando a possibilidade de vender o controle a algum grupo interessado. O JP Morgan Chase anunciou que vai demitir cerca de 3 mil funcionários, o equivalente a 10% de toda a sua força de trabalho. O Washington Mutual, que passou ao controle do JP Morgan Chase, deve dispensar 1,6 mil empregados. O Bank of New York Mellon vai eliminar 4% de sua equipe, mandando 1,8 mil trabalhadores para casa. A intenção é enxugar os custos. Os planos do Citi foram divulgados pelo jornal econômico The Wall Street Journal. Segundo a publicação, os estudos ainda são preliminares, mas podem ser acelerados diante da forte desvalorização das ações do banco, que já chegou a quase 80% neste ano. A hipótese mais provável seria a venda de parte do capital de empresas do grupo, sem a alienação do controle. O grupo já registrou quatro trimestres de prejuízo. A contração do crédito no mundo e a recessão nos países desenvolvidos devem afetar ainda mais a instituição. O Tesouro dos EUA anunciou ontem que está atento ao desempenho da companhia. ;Vigiamos a situação e estamos em contato com todas as pessoas que vocês esperariam que contatássemos;, disse um porta-voz do Tesouro a jornalistas, confirmando as conversas com a direção do Citi. O banco divulgou uma nota, afirmando que está concentrado na execução de sua estratégia, prevendo cortes de gastos e enxugamento de ativos. Cortes O JP Morgan Chase vai demitir 10% dos 30 mil funcionários em atividade na divisão de investimentos até o final do ano. O banco já havia eliminado milhares de empregos após a compra do concorrente Bear Stearns. No total, o grupo tinha 228 mil empregados no final de setembro. O Washington Mutual (WaMu), também sob a administração do JP, anunciou a demissão de 1,6 mil empregados em São Francisco. O aviso será enviado no dia 1° de dezembro. A diretoria do Mellon também comunicou que vai eliminar 4% dos trabalhadores, cortando 1,8 mil postos de uma equipe de 43 mil pessoas. ;Está claro que precisamos tomar medidas adicionais para diminuir despesas, diante da atual fraqueza na economia global;, afirmou o principal executivo do banco, Robert P. Kelly. As más notícias na área financeira atravessaram o Oceano Atlântico e aportaram na Espanha, onde a La Caixa pretende obter recursos se livrando de sua participação na companhia de exploração de petróleo Repsol. A idéia é passar parte das ações para a petroleira russa Lukoil. Desemprego na Índia A indústria têxtil indiana, que emprega cerca de 38 milhões de pessoas e representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB), perderá meio milhão de empregos até abril de 2009 devido à crise financeira mundial, alertou o secretário do Comércio, G. K. Pillai. Segundo ele, o governo já está elaborando um pacote para ajudar o setor de exportações em dificuldades. Enquanto isso, no Japão, o comitê de política monetária do Banco do Japão (banco central japonês) decidiu por unanimidade deixar inalterada a taxa básica de juros do país em 0,3%, a mais baixa do G-7, o grupo das sete nações mais ricas do mundo. A decisão já era esperada pelo mercado. O órgão alertou que a economia do Japão continuará lenta por algum tempo e que os riscos de retração estão aumentando. Venezuela Na América do Sul, o governo venezuelano trabalha com a recompra de dívidas do país. Segundo o ministro das Finanças da Venezuela, Ali Rodriguez, o governo recomprou recentemente mais de US$ 800 milhões de dívida e ;estuda compras adicionais.; Em relação a um possível calote do Equador, uma decisão que poderia custar cerca de US$ 400 milhões à Venezuela, Rodriguez afirmou que está monitorando a situação e que seu país ;respeitará qualquer decisão; dos equatorianos.

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