Economia

Gasto dos EUA com pacotes chega a um terço do PIB

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postado em 25/11/2008 08:39
Nesta terça-feira (25/11), o presidente eleito Barack Obama convoca nova entrevista coletiva para adiantar as linhas gerais de seu orçamento para 2009/2010. O democrata tem razão em correr com os cálculos. A continuar no ritmo atual de gastos, o governo Bush deixará pouca margem de manobra para seu sucessor. Segundo levantamento do site da emissora financeira de TV paga CNBC, o total de dinheiro público gasto ou comprometido até agora com as operações-resgate nos EUA bate os US$ 4,6 trilhões, incluídos os US$ 326 bilhões de ontem. O total é exatamente um terço do PIB americano (as riquezas produzidas pelo país num ano). É mais do que o dobro do que país gastou com a Segunda Guerra Mundial (US$ 2 trilhões em dólares ajustados), quase metade da dívida pública norte-americana (US$ 10,6 trilhões), pouco menos de dez vezes o total gasto na Guerra do Iraque até agora (US$ 600 bilhões). E deve vir mais por aí. Nesta segunda-feira (25/11), Bush não descartou novos resgates como o feito ao Citigroup. Obama também confirmou que sua primeira medida no poder, no dia 20 de janeiro, será assinar um pacote de estímulo fiscal que os líderes democratas no Congresso prometem mandar para sua mesa já na posse. O plano, que começou com US$ 175 bilhões em medidas de auxílio à classe média, extensão de benefícios a desempregados e ajuda a governos estaduais e municipais, aumenta a cada dia. Ontem, já era apontado por senadores como de US$ 700 bilhões - seria a resposta populista, na mesma grandeza, ao pacote aprovado a contragosto pelos democratas para resgate do setor financeiro Nas circunstâncias atuais, o gasto público não é necessariamente ruim. Historiadores como Ron Chernow indicam a mão fechada do governo de Herbert Hoover (1929-1933) como um dos motivos que levaram à Depressão herdada por seu sucessor, Franklin Delano Roosevelt (1933-1945). Em reunião de cem CEOs na semana passada, os executivos mais graduados das principais empresas do país colocaram um pacote de estímulo fiscal no topo das prioridades de Obama. Mesmo os outrora bastiões do controle de gastos públicos, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que passaram os anos 90 pregando a países da América Latina e da Ásia o catecismo do orçamento equilibrado e da responsabilidade fiscal, agora dizem que o momento é de gastar. Nos cálculos do diretor-gerente do Fundo, o francês Dominique Strauss-Kahn, o mundo deveria implantar um pacote de estímulo fiscal gigantesco equivalente a 2% do PIB mundial. Considerando os números do "World Factbook" da CIA, a agência de inteligência norte-americana, o preço para sair do buraco é perto de US$ 8 trilhões -ou cerca de 5,7 "Brasis".

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