Economia

Bolsas européias fecham em alta, otimistas com recursos do Fed

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postado em 25/11/2008 15:35
As bolsas européias tiveram um dia positivo no pregão desta terça-feira (25/11), com o anúncio feito pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) hoje de que irá oferecer uma nova ajuda aos mercados de crédito, com a compra de US$ 800 bilhões em papéis ligados a hipotecas e títulos ligados a dívidas de consumo, como cartões de crédito, financiamentos de automóveis e créditos estudantis. A Bolsa de Londres fechou em alta de 0,44%, ficando com 4.171,25 pontos; a Bolsa de Paris subiu 1,18% no índice CAC 40, fechando com 3.209,56 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 0,13% no índice DAX, para 4.560,42 pontos; e a Bolsa de Zurique teve alta de 0,22%, encerrando o dia com 5.478,39 pontos no índice Swiss Market. A Bolsa de Amsterdã fechou praticamente estável, com variação negativa de 0,01% e 245,84 pontos; e a Bolsa de Milão fechou em baixa de 0,47%, com 15.406 pontos. Com a ajuda anunciada pelo Fed, o setor financeiro encontrou espaço para subir. As ações do banco suíço UBS (uma das empresas mais afetadas pela crise financeira), as do britânico Barclays e as do francês Société Générale subiram mais de 7%. O Fed de Nova York (uma das 12 divisões do BC americano) irá emprestar até US$ 200 bilhões para instituições financeiras com papéis baseados em títulos de dívidas de consumo (como dívidas de cartões de crédito, por exemplo). O BC dos EUA ainda anunciou que irá comprar até US$ 600 bilhões em títulos lastreados em hipotecas. O Tesouro, por sua vez, informou que irá colocar US$ 20 bilhões à disposição para apoiar a iniciativa Fed de Nova York. Segundo o Fed, os recursos do Tesouro fazem parte do chamado TARP (Programa para Alívio de Ativos Problemáticos, na sigla em inglês), o pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelo governo no início de outubro para resgatar o setor financeiro. O presidente do Banco da Inglaterra (BC britânico), Mervyn King, disse nesta terça-feira que as instituições financeiras do Reino Unido podem precisar de mais capital e que o "desafio mais urgente" do país é reanimar o fluxo de crédito na economia. "Não devemos recuar diante disso, se for o necessário a ser feito", disse King. Recessão Hoje a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou que a recessão na economia do bloco como um todo durará até meados de 2009 e uma recuperação da crise só deve ser vista em 2010. Os 30 países-membros da organização entraram em recessão no terceiro trimestre de 2008, com uma queda do PIB de 0,2%, que se agravará no trimestre atual, chegando a uma queda de 1,4%, e continuará nos dois trimestres seguintes (-0,8% e -0,2% respectivamente). As ações da mineradora BHP Billiton subiram 15%, depois de ter retirado sua oferta de compra da rival Rio Tinto. A empresa abandonou o negócio por temer que seu endividamento crescesse demais com a conclusão do negócio; além disso, as condições difíceis da economia mundial tornariam muito complicado vender alguns ativos para saldar débitos do grupo formado com a fusão. "Essa decisão foi tomada contra um pano de fundo de crise econômica mundial e do efeito da avaliação dessa situação sobre os eventuais benefícios", disse o executivo-chefe da BHP, Marius Kloppers. "Acho que os preços das commodities em nossa oferta de ativos e para a maioria das outras empresas já caiu cerca de 50% nas últimas seis semanas. Isso teve um claro impacto sobre nosso fluxo de caixa."

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