Economia

Obama quer aprovar pacote de US$ 500 bilhões até fevereiro

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postado em 25/11/2008 15:46
A equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, planeja um pacote econômico de dois anos de duração, investimentos de US$ 500 bilhões e o foco na criação de empregos em vez do esperado corte de gastos. O pacote, afirma reportagem do site especializado Politico, deve ser aprovado até meados de fevereiro, quando Obama completa um mês na Casa Branca. Obama, ao introduzir os principais nomes de sua equipe econômica nesta segunda-feira, reiterou seu plano de gerar 2,5 milhões de empregos. a imprensa americana estipulou, primeiramente, que o pacote chegaria aos US$ 700 bilhões, mesmo valor do pacote de resgate financeiro aprovado pelo governo neste ano. Mas os senadores e deputados, afirma o Politico" parecem estar dispostos a disponibilizar no máximo US$ 300 ou US$ 500 bilhões para o plano do novo presidente, dependendo da conta de redução fiscal e maior gasto de orçamento que estão inclusos na proposta econômica de Obama. "Este é o melhor acordo desde 1932", disse o diretor do Comitê se Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, Barney Frank, democrata de Massachusetts, lembrando os tempos da Grande Depressão. E para garantir a criação de empregos em uma economia enfraquecida e um orçamento em grande déficit, a expectativa é de que Obama anuncie, na coletiva desta terça-feira, um corte no orçamento federal. "Nós teremos que avaliar nosso orçamento federal, linha por linha, e fazer cortes significativos e sacrifícios também", disse Obama, na coletiva de segunda-feira, prometendo maiores detalhes para a entrevista de hoje. E as expectativas, aponta o "Politico", é de que ele corte programas de Bush como de construção de estradas para conseguir o foco de longo-prazo essencial para fortalecer a infra-estrutura americana, criar empregos e encaminhar um maior crescimento econômico. Afinal, segunda as contas dos economistas, é necessário investir US$ 100 bilhões para gerar um milhão de empregos, o que estabelece um plano de US$ 250 bilhões para cumprir sua promessa. Fiscais Mas os altos números parecem não agradar à ala mais moderada dos democratas que já se preocupam com os déficits deixados pelo presidente George W. Bush. O Departamento do Tesouro triplicou suas expectativas de venda de títulos de dívida para ajudar a financiar o déficit orçamentário. Para o trimestre até 31 de dezembro, a projeção é de que o governo tenha de captar US$ 550 bilhões para financiar o buraco no Orçamento. Em julho, a projeção era de US$ 142 bilhões. Entre julho e setembro, o governo captou o recorde de US$ 530 bilhões. O déficit é um reflexo da crise financeira pela qual passam os EUA: a bolha no mercado de hipotecas de risco estourou no ano passado, arrastando para baixo os mercados financeiros no mundo todo. Os reflexos na economia já ameaçam o desempenho do país: no trimestre passado, a economia americana teve retração de 0,3%, sinalizando uma recessão - definida como dois trimestres consecutivos de retração do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país). Consenso Os legisladores do grupo dos moderados, chamados de "blue dog" (cachorros azuis, em uma referência à cor associada aos democratas) se encontraram com a equipe de Obama na semana passada. Segundo o líder da maioria no Senado, Steny H. Hoyer, eles parecem ter chegado a um consenso. "Legislação para recuperação aumentará o déficit no curto prazo. E, mesmo sendo um fiscal como eu, eu ainda acredito que este é o curso certo porque há um consenso entre economistas que nos dizem que o gasto orçamentário é a saída para uma recessão como esse e o caminho para evitar que uma catástrofe ainda maior aconteça", disse Hoyer.

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