Economia

Com novo pacote, gasto do governo dos EUA com crise chega a US$ 5,4 tri

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postado em 25/11/2008 18:33
O governo dos Estados Unidos já gastou ou anunciou que irá gastar cerca de US$ 5,4 trilhões com ajudas relacionadas à crise financeira global. O valor, que até ontem atingia cerca de US$ 4,8 trilhões segundo a emissora financeira de TV paga CNBC, foi acrescido hoje com mais US$ 800 bilhões anunciados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e pelo Departamento de Tesouro. As novas medidas anunciadas hoje terão como objetivo tentar restaurar a circulação de crédito no país, tanto para o consumidor como para financiamentos imobiliários, hipotecas e pequenas empresas. O Fed de Nova York (uma das 12 divisões do BC americano) irá emprestar até US$ 200 bilhões para instituições financeiras com papéis baseados em títulos de dívidas de consumo (como dívidas de cartões de crédito, por exemplo). O BC dos EUA ainda anunciou que irá comprar até US$ 500 bilhões em títulos lastreados em hipotecas que haviam sido garantidas pela Fannie Mae, Freddie Mac e Ginnie Mae --as três empresas hipotecárias que contam com apoio do governo--, além de outros US$ 100 bilhões em papéis de dívida emitidos diretamente por essas empresas. As medidas do Fed irão "ajudar os participantes do mercado a atenderem as necessidades de domicílios e pequenas empresas ao garantir a emissão de títulos lastreados em créditos estudantis, financiamentos de veículos, dívidas de cartões de crédito e empréstimos garantidos pela SBA [Administração de Pequenas Empresas, na sigla em inglês]", segundo comunicado da instituição. Mão aberta Apesar de ser um valor alto, analistas dizem acreditar que se trata de uma atitude correta, se observado o que ocorreu na crise de 1929. Na ocasião, os países preferiram segurar recursos e tomar medidas protecionistas, o que teve como efeito o prolongamento da recessão vivida pelos Estados Unidos. Para o economista-chefe do Citigroup no Brasil, Marcelo Kfouri, os governos "aprenderam com os erros de 1929" e tomaram medidas contrárias. "O (presidente do Fed, Ben) Bernanke é especialista em crise de 29 e está agindo para que não ocorra o mesmo", disse. Os passos que devem e estão sendo tomados pelo Fed agora, segundo ele, é injetar liquidez no mercado de crédito e reduzir a taxa de juros. O economista-chefe do Unibanco Asset Management, Alexandre Matias, também defende essa tese. "Temos que assimilar que é uma crise grave, mas que não haverá uma seqüência de erros como a de 29", disse.

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