Economia

Plano da EPE prevê forte aumento da demanda por etanol nos próximos anos

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postado em 25/11/2008 20:16
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulga em dezembro próximo o plano decenal para o período 2008/2017, prevendo que a demanda de etanol carburante no mercado interno passe de 20 bilhões de litros em 2008 para 53 bilhões de litros em 2017, um crescimento de 165%. ;É bastante expressivo. Se nós considerarmos que 75% dos carros ;flex full; (bicombustíveis) usam etanol e mais os 25% que tem de etanol misturado à gasolina, nós vamos chegar em 2017 com 80% de abastecimento dos veículos a álcool sendo supridos por etanol;, informou hoje (25) o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim. Ele participou, na Confederação Nacional do Comércio (CNC), do 10º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), aberto nesta capital. Disse que em relação à demanda internacional, a expansão das exportações brasileiras tem sido alavancada por fatos externos, como ocorre atualmente com as legislações dos Estados Unidos e Europa, que têm ampliado as metas do uso de biocombustíveis. O plano decenal considera, por exemplo, a lei norte-americana aprovada recentemente, que fixou a meta de atingir 91 bilhões de litros de etanol em 2017, e na União Européia de 5% de combustíveis renováveis no transporte em 2015 e 10% em 2020. Nesse cenário, a expectativa é que o Brasil saia de um total de uma exportação de 4 bilhões de litros de etanol para 8 bilhões de litros em 2017, sendo o Japão o mercado mais promissor no momento. O cenário traçado pela EPE trabalha com uma taxa de crescimento mundial de 4,3% ao ano e de 5%/ano para a economia nacional, com preço médio do barril de petróleo de US$ 85,00, chegando a US$ 75,00 ao final do período. A EPE considera que a venda de veículos no Brasil passará de 2,6 milhões em 2008 para 3 milhões/ano em 2017, numa avaliação bastante conservadora diante do crescimento da economia e da população, conforme definiu o presidente da empresa, Maurício Tolmasquim. O plano leva em conta também o aumento de 4,8% da taxa média anual da frota de veículos no país, da qual 90% dos veículos novos vendidos são bicombustíveis. Tolmasquim disse que 30% do parque instalado são veículos ;flex full;. ;Se considerarmos que 90% dos veículos novos vendidos são ;flex full;, nós vamos chegar em 2017 com cerca de 74% da frota de carros ;flex full;;. Tolmasquim acredita que é possível que a relação hoje existente entre o preço do etanol e da gasolina em torno de 60% se mantenha no longo prazo. Informou, ainda, que em 2007, a biomassa já ultrapassou a hidroeletricidade e constitui a segunda fonte de energia da matriz energética, depois do petróleo.

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