Economia

Direção do Senado acata explicação da FGV sobre uso de questões clonadas em concurso

;

postado em 29/11/2008 13:40
A direção do Senado aceitou o argumento de que o uso de questões repetidas no concurso realizado no começo do mês não é motivo para anular a seleção. O diretor-geral adjunto do Senado, Alexandre Gazineo, acatou as justificativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre as perguntas clonadas que aparecem nas provas de produção executiva em rádio e engenharia mecânica. A Fundação disse que só sete questões ; em um total de 100 ; feitas pelos candidatos ao trabalho com rádio foram copiadas. E afirmou não ter identificado nenhum problema nos enunciados de engenharia.

;A FGV nega a repetição em mecânica. Disse que são semelhantes, mas com respostas diferentes;, afirmou Gazineo. ;Ainda me disseram que repetição de questões é um fato corriqueiro em concursos públicos;, completou. E alegou que a repetição de poucas questões não altera o resultado final da seleção.

Cerca de 43 mil inscritos que disputam 150 vagas foram avaliados em 9 de novembro em seis cidades e em Brasília. No mesmo dia, reclamações de candidatos pipocaram nos fóruns de discussão da internet e nos e-mails do Correio. As principais reclamações remetiam à falta de fiscalização e organização nos locais de prova. Os candidatos relataram uso de relógios, celulares, informações confusas por parte dos fiscais e desrespeito ao edital.

Na terça-feira seguinte, uma denúncia grave foi vinculada: 20% das 41 questões de conhecimentos específicos de engenharia mecânica eram iguais às aplicadas pelo Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) no Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) e na Eletronorte em 2005 e 2006, respectivamente. Na ocasião, os professores de física Daniel Peters e Petrus Barros, do colégio Marista, confirmaram a cópia da prova de engenharia mecânica. ;Não há só semelhança, a maioria é tão igual que os desenhos usados e a ordem das respostas se mantêm os mesmos;, comentou Petrus.

Dois dias depois, o Correio publicou outra denúncia dos candidatos. Dez questões clonadas foram encontradas na prova do cargo de produção executiva, posto de nível superior e salário de R$ 12.264,48. No universo de 29 enunciados ; também de conhecimento específico e não básico como informou a FGV ao Senado ; , 10 já tinham sido usadas, em 2005, pela Assembléia Legislativa de Tocantins para selecionar técnicos em áudio. Para o cargo era exigido o nível médio e oferecido salário de R$ 648.

Contradição
A primeira e a segunda explicações da FGV ao Senado foram rejeitadas por Alexandre Gazineo. Porém, o diretor-geral adjunto não justificou a rejeição, limitou-se a dizer que queria respostas mais detalhadas sobre as possíveis cópias de provas. A resposta definitiva só foi informada 10 dias depois da previsão inicial, mas a nota oficial não foi publicada nos sites do Senado e da FGV como fora prometido.

Questionada sobre a responsabilidade da organizadora com relação à repetição de enunciados, Michel Jordan, coordenador da área de concursos da FGV, chegou a dizer que a instituição não tem uma banca própria e que os professores são contratados para elaborar provas inéditas. O fato foi ignorado pela comissão organizadora da Casa. ;Não há probabilidade de isso ter gerado qualquer tipo de efeito no concurso. Não é motivo para anular a seleção;, disse Gazineo à Agência Senado. Com o imbróglio judicial, o resultado das provas discursivas, que seria divulgado no último dia 25, ainda não foi liberado.


Seleção suspensa
O juiz Pablo Zuniga Dourado, da 3; Vara da Justiça Federal no DF, concedeu liminar suspendendo as provas práticas do cargo de analista legislativo ; técnico em comunicação social: rádio, aplicadas em janeiro deste ano. A decisão paralisa a seleçãoda Câmara que estava na terceira fase, de análise de títulos.

Um grupo de concorrentes protocolou uma ação conjunta na Justiça depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) negou o pedido de cancelamento das avaliações práticas e discursivas de 11 cargos. ;Os problemas encontrados na prova de rádio são iguais aos ocorridos para outros três cargos que terão novas provas (imprensa escrita, divulgação institucional e televisão);, explica o candidato Sávio Guerra.

O magistrado concordou que faltaram critérios explícitos de correção do teste e que as provas foram identificadas. A prática, na visão de Dourado, fere os princípios de impessoalidade e de legalidade, além do próprio edital da Fundação Carlos Chagas. Para o juiz, esses são motivos suficientes para pedir a suspensão do concurso até que o mérito seja julgado. Uma vaga com salário de R$ 9.008,12 estava em jogo. (LN)
ANA define regras

A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou ontem no Diário Oficial da União as regras que vão reger a seleção de 152 analistas em geoprocessamento e administrativo e especialistas em recursos hídricos. Os postos exigem nível superior e oferecem salários de R$ 8.389,60.

A maior parte das vagas ; 117 ; contempla os graduados em qualquer área. Para ser analista administrativo, exige-se conhecimento superior em administração (16), arquivologia (três), biblioteconomia (três), ciências contábeis (quatro), ciências econômicas (quatro), comunicação social (três) e tecnologia da informação (duas).

Os interessados precisão esperar a abertura das inscrições, em 4 de dezembro. O prazo segue até 28 de dezembro no www.esaf.fazenda.gov.br. No site estarão o formulário de adesão e o boleto bancário com a taxa de participação, no valor de R$ 100. Só terá isenção quem estiver inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e solicitar a dispensa do pagamento em 4 e 5 de dezembro.

O primeiro desafio serão as provas objetiva e discursiva, em 1; de março. Os que passarem pelo funil terão os títulos e a experiência profissional avaliados . Aprovados nesta primeira fase seguem para o curso de formação de 120 horas.

Os portadores de necessidade vão concorrer a sete vagas: especialista de recursos hídricos (cinco), especialista em geoprocessamento (uma) e analista administrativo ; administração (um). O prazo para envio do laudo médico e o pedido de atendimento especial terminam junto com as inscrições, em 28 de dezembro.

Os servidores aprovados e classificados dentro do número de vagas serão nomeados e trabalharão em Brasília. Entretanto, a agência pode deslocar o funcionário para qualquer uma das suas unidades regionais. (LN)
Fique de olho

Agência Nacional das Águas

Vagas: 152 para nível superior
Salário: R$ 8.389,60
Inscrições: 4 a 28 de dezembro
Taxa: R$ 100
Prova: 1; de março
Informações: www.esaf.fazenda.gov.br

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação