Economia

China declara final de um ano de "guerra" contra a inflação

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postado em 01/12/2008 11:06
O governo da China anunciou nesta segunda-feira (1º/12) o fim dos controles estatais aos preços dos alimentos no mercado nacional, acabando com quase um ano de medidas para combater a inflação que afetou o país na primeira metade de 2008. A CNRD (Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento), principal órgão de planejamento econômico, afirmou em comunicado o término desses controles, aplicados a cereais, óleo de cozinha, carne, laticínios e ovos. Esses alimentos, liderados pela carne de porco, alcançaram altas que, em alguns casos, superaram os 20%, gerando alarme no governo chinês e o temor de que uma excessiva inflação causasse agitações sociais. Em fevereiro deste ano, o IPC subiu 8,7%, o maior aumento em 12 anos, enquanto, em outubro, foi de 4%. Em conseqüência, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse em março que a contenção da alta de preços seria a tarefa prioritária deste período econômico. O último relatório do Banco Mundial sobre a economia chinesa, publicado na semana passada, já antecipou que, embora o país asiático enfrente os efeitos da crise financeira, em todos os níveis, apresenta o ponto positivo de que a inflação "deixou de ser uma preocupação", segundo os autores do estudo. No último sábado (29/11), o diário chinês informou que o presidente da China, Hu Jintao, estabeleceu como máxima prioridade da China para o ano de 2009 a manutenção de um crescimento econômico "estável e relativamente rápido" no contexto de crise mundial. "Asseguraremos um crescimento rápido e de qualidade da economia nacional durante o próximo ano", disse o presidente chinês, acrescentando que a China continuará desenvolvendo uma política fiscal ativa e uma política monetária "moderadamente aberta;. Mesmo assim, o ministro encarregado da CNRD, Zhang Ping, já advertiu que a economia chinesa continua em declínio e que o governo deve atuar para evitar um desemprego em massa e novos protestos sociais. "Algumas companhias cessaram total ou parcialmente suas atividades, o que certamente terá um impacto sobre o emprego. Em algumas áreas, os trabalhadores rurais estão voltando para o campo", afirmou, na semana passada. A China cresceu 11,9% em 2007, mas nos sucessivos trimestres deste ano já mostrou uma clara tendência de baixa, registrando um crescimento de 10,6% no primeiro trimestre, de 10,4% no segundo e de 9,9% no terceiro. O governo chinês anunciou no começo do mês passado um pacote de US$ 586 bilhões para estimular a economia do país. O pacote deverá ser usado até 2010 para impulsionar a demanda doméstica. Os investimentos serão concentrados em infra-estrutura e bem-estar social. O pacote de medidas destinadas a estimular a economia abrangerá até 2010 programas de impulso à vida da população, como casas para pessoas de baixa renda, infra-estruturas rurais, rede de transporte, ambiente, inovação tecnológica e reconstrução posterior aos desastres naturais.

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