Economia

Fazenda quer apressar devolução de créditos tributários

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postado em 01/12/2008 13:29
O Ministério da Fazenda e a Receita Federal estão montando um esquema para agilizar a devolução de créditos tributários. A informação foi dada nesta segunda-feira (1º/12) pelo ministro Guido Mantega em discurso no 7º Seminário da Indústria Brasileira da Construção - ConstruBusiness 2008, na capital paulista. "Isso é capital de giro na veia", disse, sem dar mais detalhes. Durante o discurso, Mantega salientou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já liberou R$ 100 bilhões este ano; R$ 90 bilhões que já estão no mercado e mais R$ 10 bilhões que serão integrados ao sistema a partir de agora. Está prevista para esta tarde uma entrevista à imprensa com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para detalhar a disponibilização desses R$ 10 bilhões, que serão usados para capital de giro das empresas. Brincando com Coutinho, também presente no evento, Mantega afirmou que o presidente do BNDES está rindo, pois o Tesouro também vem repassando recursos para a instituição. "E ele ainda continua reclamando", brincou. Crise O período mais crítico da crise financeira internacional já ficou para trás, na avaliação do ministro Guido Mantega. Para ele, existe ainda, no entanto, o seu legado, que é a falta e o encarecimento do crédito. "A fase mais aguda, em setembro e outubro, está estancada. A hemorragia foi estancada. Nunca vi tanto banco grande quebrando", disse. Ele ressaltou, porém, que permanece o legado do crédito caro e escasso no mundo todo. "O crédito não retornou e está no patamar mais caro dos últimos tempos", disse. Nesta segunda, ele tratou o tema como um assunto global, mas na quinta-feira passada, durante jantar de fim de ano realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com banqueiros, o ministro foi mais específico afirmando que o crédito estava caro no País. Mantega voltou a dizer que o governo não poupará esforços para ampliar os recursos para esse fim, mas que a mesma tarefa deve ser feita pelos bancos. "Cabe ao governo e ao sistema financeiro viabilizar o crédito mais amplo. Esse é o principal problema que vejo aqui", considerou. O ministro destacou que o outro problema é a redução da confiança do consumidor. De acordo com Mantega, a população está mais preocupada, pois ouve diariamente informações negativas a respeito da economia dos Estados Unidos e da Europa. Ele reforçou que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão mantidos e que, se necessário, o governo aumentará os investimentos de modo geral. "Isso é medida anticíclica", argumentou. Pelos cálculos de Mantega, o Brasil crescerá pelo menos 4% no próximo ano. "Esse é um desafio, mas não pouparemos esforços", disse, explicando, por exemplo, que o BNDES continuará a atuar em conjunto com a Caixa Econômica Federal. Para ele, a projeção de expansão de 4% não é alta, mas Mantega admitiu se tratar de uma meta "ambiciosa", e que para ser alcançada "não será fácil".

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