postado em 01/12/2008 14:26
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) amarga fortes perdas nesta segunda-feira (1º/12) sem que o investidor encontre notícias positivas para dar prosseguimento ao relativo otimismo da semana passada. Da China, da Europa e dos EUA os últimos indicadores econômicos somente confirmam a perspectiva de uma recessão global. E em meio ao nervosismo generalizado, o câmbio alcança R$ 2,35.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocede 5,94% e bate os 34.420 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,11 bilhão, transcorrido já metade do pregão regular. O dólar comercial é comercializado a R$ 2,351 na venda, o que significa um incremento de 1,55% sobre a cotação de sexta-feira. A taxa de risco-país marca 519 pontos, número 1,96% acima da pontuação anterior.
Na Europa, a Bolsa londrina desaba 4,34%, enquanto o mercado de Frankfurt recua 5,56%. Nos EUA, a mundialmente influente Bolsa de Nova York sofre retração de 4,60%. Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os gastos do setor e construção civil tiveram uma queda ainda pior do que o previsto por economistas do setor financeiro: um declínio de 1,2%, em outro, ante projeções de 0,9%.
E o ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) revelou que a sua sondagem sobre o nível de atividade do setor manufatureiro aponta para a pior contração em 26 anos: a pesquisa registrou uma leitura de 36,2 pontos em novembro ante 38,9 pontos em outubro. Leituras abaixo de 50 pontos já sinalizam contração, e novembro completou o quarto mês consecutivo de declínio desse indicador.
Os investidores também refletem os números bastante fracos vindos tanto para a economia européia quanto asiática: em Londres, os preços dos imóveis tiveram sua segunda pior queda em quase 30 anos; a comercialização de carros na Espanha caiu pela metade em novembro, enquanto na China, o nível de atividade mostrou desaceleração. No Japão, as vendas de veículos novos caíram 27,3% em novembro, na comparação com idêntico mês em 2007, em seu pior nível dos últimos 29 anos.
No front doméstico, o destaque de hoje é o novo rebaixamento da previsão do PIB (Produto Interno Bruto) no boletim Focus, do Banco Central. A pesquisa realizada com 100 instituições financeiras mostra que o mercado aposta em um PIB de 2,8% no próximo ano, contra 3% na semana anterior e 4% na previsão do governo federal. No levantamento, foi mantida a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas) para 2008 em 5,24%.