postado em 02/12/2008 16:38
As vendas da Ford nos Estados Unidos caíram 30,6% no mês de novembro, informou nesta terça-feira (2/12) a companhia, que atravessa a crise financeira mais grave de sua história. A Ford informou que, apesar da forte queda, sua participação de mercado aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, devido, sobretudo, às vendas fracas das demais montadoras.
Hoje a empresa apresentou ao Congresso americano um plano detalhado para seu resgate financeiro em longo prazo, que inclui um investimento de US$ 14 bilhões em alta tecnologia nos próximos sete anos. O executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, disse que a empresa vai acelerar o desenvolvimento de veículos híbridos (funcionam com gasolina e eletricidade) e elétricos e que vai reduzir seu salário para US$ 1 por ano se a Ford vier a utilizar dinheiro público.
"Para a Ford, os empréstimos do governo serviriam como uma salvaguarda, ou apoio crítico, contra condições deterioradas", disse Mulally. "Embora tenhamos muito trabalho à nossa frente, a Ford não esperou o desenrolar da crise para começar seus esforços de reestruturação, mas já começou uma reforma fundamental", diz o texto da Ford para o Congresso.
No terceiro trimestre deste ano, a Ford teve um prejuízo de US$ 129 milhões; além disso, a empresa informou que reduzirá 10% das despesas de pessoal de escritório na América do Norte.
Ford, General Motors e Chrysler tentam obter junto ao Congresso US$ 25 bilhões em empréstimos a baixo custo para se recuperarem das quedas nas vendas vistas nos últimos meses. No último dia 21, por exemplo, a GM informou que fechará sua instalação de fabricação de caminhonetes no Canadá três meses antes do antecipado, devido à drástica queda nas vendas.
No início do mês passado, a empresa apresentou uma queda de 30% (para 132.248 veículos leves) em suas vendas em outubro. Outras montadoras nos EUA tiveram quedas de vendas: a japonesa Toyota registrou um declínio de 23% (foram 152.101 unidades de veículos leves) em relação ao mesmo mês de 2007. As vendas da Chrysler, por sua vez, recuaram 24,5%, da Mercedes, 34,3%, e da Porsche, 50,1%.