postado em 02/12/2008 22:20
A Azul Linhas Aéreas pretende iniciar as vendas de passagens na próxima semana, logo que receber autorização daAgência Nacional de Aviação Civil (Anac). A expectativa da empresa é que o primeiro vôo comercial decole no dia 15 de dezembro.
A companhia aérea definiu duas rotas para começar a operar, entre Campinas (SP) e Salvador (BA) e entre Campinas e Porto Alegre (RS). A empresa fez nesta terça-feira o vôo inaugural no país, sobrevoando Campinas e Rio.
O preço das passagens ainda não foram divulgados, mas o presidente da companhia, Pedro Janot, disse que a tarifa entre Campinas e Salvador ficará em torno de R$ 260. Ele disse que o objetivo é oferecer passagens 70% mais baratas que a tarifa mais cara da concorrência para determinada rota.
"Aumentar a concorrência será bom para o mercado e para a sociedade. O país precisa de competição", afirmou Janot, lembrando que empresas concorrentes como a Gol já estão reduzindo tarifas nas rotas que a Azul vai operar.
As passagens serão vendidas na internet e em pontos comerciais, e poderão ser parceladas em até seis vezes.
A nova companhia começará a operar com duas aeronaves, e iniciará 2009 com outras três em atividade. Em janeiro, estão previstos vôos entre Campinas e Vitória (ES) e Campinas e Curitiba (PR). Os cinco aviões serão o modelo Embraer 190, com configuração de quatro poltronas por fileira, ao contrário das seis habituais usadas em aeronaves de maior porte.
No final de 2009, a previsão é que 16 aviões estejam operando. Ao todo, a companhia já encomendou 36 aeronaves e tem opção de compra de mais 40. A Azul fechará 2008 com cerca de 900 funcionários, e projeta ter entre 5 mil e 6 mil empregados em 2013.
Sobre o fato de começar a operar em um momento de crise na economia mundial, Pedro Janot avaliou que existe o lado positivo e o negativo. "As companhias organizadas tendem a se fortalecer. Mas ao mesmo tempo, o fato de haver uma crise poderá retrair o consumo", observou.
Janot prevê, para o mercado como um todo, um primeiro semestre de 2009 mais difícil, que vai espelhar o piso no freio que muitas empresas têm feito a partir do agravamento da crise.
Consulta pública
Sobre a polêmica de operar novos vôos no aeroporto Santos Dumont, no Rio, o executivo disse que a decisão caberá à Anac, que iniciou consulta pública sobre a questão. O governo do Rio já se posicionou contra, e defende que o aeroporto tenha apenas vôos da Ponte Aérea Rio-São Paulo e pequenos deslocamentos no Estado, mantendo no Galeão os principais vôos regionais. A Azul quer que o aeroporto, situado na região central do Rio, abrigue linhas regionais.
"O Santos Dumont é complementar à malha do Galeão. Não tem que se ser concorrente. Queremos dar a opção de novos vôos, diretos e com freqüência", completou.