Jornal Correio Braziliense

Economia

Financiamento da Caixa é 'ridículo' perto do tamanho da Petrobras, diz Gabrielli

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O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ironizou a polêmica criada em relação ao empréstimo de R$ 2 bilhões concedido à estatal petrolífera pela Caixa Econômica Federal e classificou o montante como "ridículo" para o tamanho da empresa. "O financiamento da Caixa é uma coisa ridícula para o tamanho da Petrobras. Isso [a captação de empréstimos] é uma atividade do dia-a-dia [da empresa]", afirmou Gabrielli, que participou nesta sexta-feira (5/12) do Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo. Em outubro, a estatal recorreu ao Banco do Brasil e à Caixa para obter recursos. Os dois bancos oficiais emprestaram juntos R$ 2,773 bilhões, sendo R$ 2,022 bilhões pela Caixa e R$ 751 milhões através do BB. Além disso, a Petrobras pegou emprestados US$ 200 milhões junto ao Bradesco no início deste mês, através de uma linha de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), que possui prazo de vencimento de um ano. Segundo ele, o faturamento médio mensal da estatal é de R$ 17 bilhões e por ano a empresa capta entre US$ 4 e US$ 6 bilhões. Gabrielli explicou que os financiamentos foram obtidos no país devido à retração do mercado de crédito em bancos internacionais. "Nós vamos voltar quando o mercado [internacional] estiver melhor", afirmou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na última quarta-feira (3/12), que a Petrobras tirou dinheiro de pequenas empresas ao pedir financiamento para a Caixa. Em discurso, Lula destacou a necessidade de financiar grandes projetos de infra-estrutura com bancos estrangeiros, para que os recursos não sejam disputados no sistema financeiro nacional. "Eu, de vez em quando, vejo crítica: 'Mas a Petrobras tomou dinheiro emprestado na Caixa´. Qualquer um de nós vai tomar dinheiro aonde tem. Mas, vamos ser francos (...) que a Petrobras é tão poderosa que ela ir à Caixa pegar dinheiro, obviamente que ela vai tirar dinheiro de uma pequena empresa, de uma consultoria, de uma empresa pequena da construção civil, do comércio", disse Lula.