Economia

Bolsas européias fecham em forte queda após dados sobre emprego nos EUA

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postado em 05/12/2008 15:42
As Bolsas européias fecharam com perdas acentuadas nesta sexta-feira (5/12), após a divulgação de dados negativos sobre o mercado de trabalho nos EUA - foram eliminados mais de meio milhão de empregos no país no mês passado. Os dados reforçaram os temores de que a recessão no país será mais profunda e prolongada do que o esperado. A Bolsa de Londres fechou em baixa de 2,74% no índice FTSE 100, indo para 4.049,37 pontos; a Bolsa de Paris caiu 5,48% no índice CAC 40, indo para 2.988,01 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve queda de 4% no índice DAX, com 4.381,47 pontos; a Bolsa de Amsterdã teve baixa de 4,72% no índice AEX General, que ficou com 229,44 pontos; a Bolsa de Milão fechou em baixa de 4,74% no índice MIBTel, que ficou com 14.123 pontos; e a Bolsa de Zurique fechou em queda de 2,09%, com 5.530,84 pontos no índice Swiss Market. O índice FTSEurofirst 300 - que reúne as ações das principais empresas européias - fechou em queda de quase 4%, com 792,3 pontos. Entre as ações que mais caíram na Europa hoje estiveram as do setor bancário, com destaque para Credit Suisse, BNP Paribas, UniCredit e Royal Bank of Scotland, com perdas entre 5,5% e 7,2%. "Os mercados receberam um choque doloroso quando os números dos EUA sobre emprego nos EUA foram divulgados", disse à agência de notícias Reuters o analista David Evans, do BetOnMarkets.com. O Departamento do Trabalho informou hoje que no mês passado a economia dos EUA perdeu 533 mil empregos, chegando assim a 11 meses consecutivos de fechamentos de postos de trabalho no país. Foi a maior queda no número de empregos no país desde dezembro de 1974, quando os EUA estavam em meio a uma recessão. A taxa de desemprego, por sua vez, foi a mais alta das duas administrações do presidente Bush. O total de desempregados nos EUA já atingiu 10,3 milhões, sendo que 2,2 milhões estão sem emprego há mais de 27 semanas. Reconhecimento O presidente americano, George W. Bush, reconheceu hoje que esses números refletem o fato de que a economia americana está em recessão. "Minha administração está comprometida em assegurar que nossa economia tenha êxito e sei que a próxima administração compartilha desse compromisso", disse. Em seu discurso, Bush afirmou que o Congresso americano deve examinar na próxima semana a situação das montadoras americanas e a indústria automotiva do país deve fazer escolhas difíceis não apenas para sobreviver, como também para prosperar. Nesta semana, o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês (Nber) informou que os EUA se encontram desde dezembro do ano passado. Segundo o instituto, um pico na economia dos EUA ocorreu em dezembro de 2007; esse pico marcou o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão. Na semana passada, o Departamento de Comércio informou que a economia dos EUA teve uma contração de 0,5% no terceiro trimestre deste ano, maior que a de 0,3% anunciada no fim de outubro, segundo dados revisados. As perspectivas para a economia americana no quarto trimestre são de uma nova contração. Uma recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica difundido pela economia como um todo e que costuma durar mais que alguns poucos meses. Normalmente os efeitos de uma recessão são visíveis na produção, no mercado de trabalho, nos salários e em outros indicadores econômicos. Ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Entre esse ponto e o pico, a economia registra expansão. As ações do setor de energia também tiveram perdas, com a queda do preço do petróleo. As ações que mais perderam foram as do BG Group, da British Petroleum (BP), Royal Dutch Shell, Tullow Oil e Total, com quedas entre 6,7% e 8,8%. O barril do petróleo cru para entrega em janeiro, negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), chegou ao patamar de US$ 40 hoje. Em julho deste ano, em meio a temores de escassez devido a uma expansão acentuada do consumo, o barril chegou ao recorde de US$ 147,27.

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