postado em 05/12/2008 18:19
O diretor da Odebrecht, Irineu Meirelles, negou que advogados da empresa trabalhem para a Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), que entrou na Justiça contra a construção da usina de Jirau, no rio Madeira (RO). O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta sexta-feira (5/12) que o advogado dos ambientalistas era o mesmo da construtora.
Meirelles admitiu que o advogado Cleyton Conrat Kussler trabalhou para o consórcio Madeira Energia S.A.(MESA) - responsável pela construção da usina de Santo Antônio, também no rio Madeira, e no qual a Odebrecht tem participação minoritária - na desapropriação de terras de ribeirinhos na região, mas que não há nenhum tipo de contato direto com a empresa e nenhum contrato.
"A Odebrecht não tem nenhum relacionamento com esse advogado, nenhum contrato", disse Meirelles.
O secretário-executivo da FBOMS, Ivan Marcelo Neves, também negou que a entidade tenha qualquer ligação com a Odebrecht e que esteja usando o advogado da empresa. Segundo ele, a ONG contratou Kussler para fazer cumprir a decisão da Justiça de Rondônia, que mandou suspender a obra, mas que esse contato não teve nenhuma ligação com a Odebrecht.
"Se ele falou, ele tem que provar, porque isso é mentira. A gente nem conhece nem sabe quem são (os advogados da Odebrecht). Se for assim, eu digo que o Minc tem ligação com a Enersus", rebateu.
De acordo com Neves, o advogado da ONG é Magno Neves, coordenador geral da Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Ele disse ainda que o advogado entrará com recurso ainda hoje contra a decisão do TRF de liberar a obra.