postado em 05/12/2008 20:27
As bolsas americanas encerraram em forte alta, nesta sexta-feira (5/12), após uma sessão muito volátil e apesar do expressivo aumento do desemprego nos Estados Unidos. As ações do setor financeiro comandaram a virada do vermelho para o verde, com os investidores renovando as expectativas sobre uma nova ajuda do governo norte-americano diante da degradação da economia do país.
O Dow Jones Industrial Average (DJIA), principal índice da Bolsa de Nova York, subiu 3,09%, situando-se aos 8.635,42 pontos, e o Nasdaq, de alto componente tecnológico, aumentou 4,41%, para 1.509,31 pontos. O índice ampliado Standard & Poor´s 500 ganhou 3,65%, a 876,07 unidades.
Em forte queda na abertura, o Dow Jones recuperou mais de 250 pontos, disparando no final da sessão, com um alto volume de operações.
"Os números de emprego foram piores do que o esperado, mas o fato de que a economia esteja mal já não deveria ser um choque para os investidores", comentou Owen Fitzpatrick, analista do Deutsche Bank, referindo-se à série de indicadores negativos divulgada recentemente.
"Em um sentido paradoxal, os números realmente alarmantes do emprego reforçam o argumento para novas ajudas de Washington", disse Craig Peckham, estrategista da Jefferies & Co.
Empregos suprimidos
O Departamento do Trabalho informou que foram eliminados nos EUA no mês passado 533 mil postos de trabalho, maior redução desde dezembro de 1974, quando foram fechadas 602 mil vagas no mercado de trabalho. A taxa de desemprego ficou em 6,7%, contra uma expectativa de 6,8%, mas isso não serviu para atenuar as preocupações sobre qual poderá ser a duração da recessão em que o país se encontra.
Recessão
Nesta semana, o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês (Nber) informou que a economia americana está em recessão desde o fim de 2007. O comitê de pesquisa do Nber se reuniu em uma teleconferência no último dia 28 para avaliar a situação da economia, segundo um comunicado.
"O comitê determinou que um pico na economia dos EUA ocorreu em dezembro de 2007. O pico marcou o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão", diz o documento.
Uma recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica difundido pela economia como um todo e que costuma durar mais que alguns poucos meses. Normalmente os efeitos de uma recessão são visíveis na produção, no mercado de trabalho, nos salários e em outros indicadores econômicos. Ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Entre esse ponto e o pico, a economia registra expansão. Na semana passada, o Departamento de Comércio informou que a economia dos EUA teve uma contração de 0,5% no terceiro trimestre deste ano, maior que a de 0,3% anunciada no fim de outubro, segundo dados revisados. As perspectivas para a economia americana no quarto trimestre são de uma nova contração.