Economia

IPCA de Brasília fica quase três vezes maior que a média nacional em novembro

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postado em 06/12/2008 09:17
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Brasília disparou em novembro, atingindo 0,95%, quase o triplo da média nacional, de 0,36%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse salto decorreu dos fortes reajustes dos combustíveis. No Distrito Federal, o litro da gasolina ficou 4,84% mais caro e o do álcool, 7,61%. ;Não entendemos bem o que ocorreu na capital do país, talvez o movimento de alta tenha sido facilitado por um cartel no setor de combustíveis;, afirmou a economista Irene Machado, do IBGE. Na média do país, a gasolina ficou 0,21% mais cara e o preço do álcool apresentou queda de 0,21%. ;Das 11 capitais nas quais pesquisamos o IPCA, em seis houve queda nos preços dos combustíveis. Nas demais, houve um pequeno reajuste, com exceção de Brasília, que fugiu à regra;, destacou. Como os preços dos combustíveis são calculados dentro do item transporte, esse grupo acumulou alta média de 2,10% em Brasília contra deflação de 0,02% na média nacional. Irene destacou ainda o grupo habitação, que, no país, registrou variação positiva de 0,43%, no DF, avançou 0,69%, impulsionado pelos artigos de higiene e limpeza. No país, esses produtos tiveram reajuste de 0,60%. Em Brasília, subiram 1,51%. Outro diferencial do DF em relação ao país foi o preço dos automóveis novos, que aumentou 0,25% contra recuo de 0,40% no restante do Brasil. ; Brasília foi a região que ficou mais cara em novembro;, disse a economista do instituto. No acumulado do ano, porém, o IPCA do DF está abaixo da média do país: 4,52% ante 5,61%. A expectativa dos analistas é de que, em dezembro, o índice de Brasília destoe da média nacional em função dos combustíveis, que tiveram reajuste de R$ 0,10 nos últimos dias. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do DF (Sinpreto), José Carlos Ulhôa, em outubro, estava havendo a guerra dos combustíveis, que, quando acabou, elevou o preço da gasolina de R$ 2,28 para R$ 2,58. Além disso, houve aumento da cobrança de impostos, que, agora, está sendo repassado aos consumidores. ;Não houve abuso, as distribuidoras aumentaram os preços e tivemos que repassar;, disse. Preço não deve cair a curto prazo O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que a estratégia da companhia na formulação do preço dos combustíveis é de longo prazo. Ele disse isso ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de um reajuste para baixo no preço da gasolina e do diesel, que estão sendo vendidos no mercado interno por um preço superior ao do mercado internacional. ;Há seis anos dizemos freqüentemente a mesma coisa: não repassamos a flutuação de curto prazo do preço do diesel e da gasolina do mercado internacional para o mercado interno. Mantemos a relação entre os preços externos e os internos numa visão de longo prazo. Só promovemos reajuste no momento em que se estabelecem patamares estáveis para esses preços;, afirmou. Gabrielli disse que na comparação entre os preços internacionais e o doméstico também é necessário considerar a taxa de câmbio. ;Neste momento, o preço do petróleo e o comportamento do dólar estão em direções opostas;, observou. O executivo participou do Encontro Anual da Indústria Química, promovido pela Abiquim, em São Paulo, onde disse que o custo do Teste de Longa Duração (TLD) e do projeto-piloto de Tupi é inferior a US$ 40 por barril de petróleo. Os cálculos foram feitos considerando-se R$ 35. Ele ressaltou, no entanto, que esse valor deve mudar durante a evolução dos trabalhos na área e terá de ser menor para tornar viável a exploração de grandes volumes. As reservas do campo de Tupi são estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo. ;Esse custo (de exploração durante o TLD e projeto piloto) é absolutamente viável ao preço atual do petróleo. Se eu precisar disso para 300 projetos, aí eu começo a ter problema. ;, afirmou.

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