Economia

Bolsas européias sobem após fortes perdas na sexta; Tóquio sobe mais de 5%

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postado em 08/12/2008 08:11
As Bolsas européias operam em alta nos primeiros negócios desta segunda-feira (8/12). As altas refletem a recuperação em relação ao fechamento dos negócios na sexta-feira (5), quando o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou a perda de 533 mil empregos no país em novembro, o maior corte de vagas no país desde dezembro de 1974. As Bolsas da Ásia também tiveram um dia de fortes altas. A semana começou ainda com o otimismo dos investidores sobre a eficácia dos pacotes de ajuda governamentais para tirar a economia global da iminente recessão - principalmente após as declarações do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, neste fim de semana, sobre seus planos para ajudar a economia americana a se recuperar. Algumas das principais economias, como Japão, EUA e alguns países da União Européia já se encontram em recessão. Às 7h54 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em alta de 4,16% no índice FTSE 100, indo para 4.217,63 pontos; a Bolsa de Paris subia 5,80% no índice CAC 40, indo para 3.161,22 pontos; a Bolsa de Frankfurt subia 5,47% no índice DAX, operando com 4.620,77 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha alta de 5,67% no índice AEX General, que estava com 242,44 pontos; a Bolsa de Zurique estava em alta de 4,11%, com 5.757,03 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Milão tinha alta de 4,24% no índice MIBTel, que ia para 14.722 pontos. Na Ásia e região, a Bolsa de Tóquio encerrou o dia com avanço de 5,2%, aos 8.329,05 pontos no índice Nikkei 225. Para analistas, o mercado subiu empurrado principalmente por ações de empresas do setor industrial e de exportação, seguindo também o bom comportamento dos valores financeiros na sexta-feira na Bolsa americana. O indicador Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, subiu 6,88%, aos 14.798,00 pontos. Na Austrália, a alta foi de 3,69% no índice ASX da Bolsa de Sydney. O Kospi, da Bolsa de Seul (Coréia do Sul), teve ganhos de 7,48%. Em Xangai (China), o índice Shanghai Composite registrou avanço de 3,57%, aos 2.090,77 pontos. Entre os papéis que mais sobem hoje na Europa estão os do setor bancário, com destaque para os do espanhol Santander e do francês Société Générale. Em alta também operam as ações do setor petrolífero, com destaque para as da Total e da Royal Dutch Shell. Neste sábado, Obama disse que fará investimentos em infra-estrutura em uma escala não vista no país em cerca de 60 anos, para recuperar a economia americana. "Nós vamos criar milhões de empregos fazendo o maior novo investimento em nossa infra-estrutura nacional desde a criação do sistema nacional de rodovias, nos anos 50", disse Obama, em um pronunciamento. "Nós vamos investir nossos preciosos dólares de maneiras inovadoras e mais inteligentes e seguiremos uma regra simples - use ou perca. Se um Estado não agir rapidamente e investir em estradas e pontes em suas comunidades, ele perderá o dinheiro", afirmou Obama também disse que investirá na modernização de prédios públicos, para que passem a poupar mais energia, e na ampliação do acesso à internet de banda larga. Ontem, Obama disse que o setor automobilístico americano não pode quebrar, mas também não pode receber ajuda sem a contrapartida de uma reestruturação. "Eu não acho que é uma opção simplesmente deixar que entre em colapso", disse Obama, em uma entrevista à rede americana de TV NBC. "O que nós temos que fazer é dar ao setor assistência, mas essa assistência é condicionada a significativos ajustes. Eles terão que reestruturar [o setor]." A afirmação de Obama vem dois dia após a presidente da Câmara de Representantes (deputados) dos EUA, Nancy Pelosi, anunciar que o projeto de lei para resgatar as "três grandes" do setor automobilístico do país - General Motors, Ford e Chrysler - será votado nesta semana. As três pedem ao governo uma ajuda de US$ 34 bilhões. A economia americana se encontra em recessão desde o fim de 2007, segundo dados divulgados pelo Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês) na semana passada. Uma recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica difundido pela economia como um todo e que costuma durar mais que alguns poucos meses. Normalmente os efeitos de uma recessão são visíveis na produção, no mercado de trabalho, nos salários e em outros indicadores econômicos. Ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Entre esse ponto e o pico, a economia registra expansão.

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