Economia

Promoções mantêm mercado de materiais de construção movimentado no DF

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postado em 08/12/2008 08:21
A crise financeira internacional segura, a cada dia, o crescimento de alguns setores da economia. A venda de material de construção, no entanto, não sofre muito. Em Brasília, as lojas costumam ficar cheias aos sábados e domingos. Seduzir a clientela com promoções relâmpago e facilidades de pagamento é regra para quem quer ganhar da concorrência. A estratégia tem dado certo. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), a atividade deve registrar expansão de 28% neste ano. O bom desempenho do setor, mesmo com o agravamento da crise, é uma conseqüência dos bons resultados apresentados pela indústria da construção neste ano. ;A curto prazo, as vendas não foram afetadas porque há certa inércia em relação ao que já está em andamento;, afirma Melvyn Fox, presidente da Abramat, se referindo aos apartamentos e casas comercializados em 2008. O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz, confessa que esperava um impacto maior da crise na venda de materiais de construção. O sucesso das lojas atualmente depende das promoções feitas e das construções e reformas em andamento. ;É um setor que não consegue parar enquanto existirem obras;, diz. Cristiano Gomide, 35 anos, é um dos que manteve a reforma de casa mesmo com a crise. ;Comecei a comprar materiais antes de setembro e agora falta só o acabamento;, conta o dentista, que aproveitou as opções de parcelamento para levar o que precisa para casa. São essas facilidades oferecidas pelas lojas que têm garantido as vendas que, no varejo, devem crescer 9,5% em 2008, segundo estimativas da Anamaco. ;O crédito sumiu e o dinheiro que ia para anos de prestação do carro foi para o material de construção;, destaca Conz. Além das facilidades de parcelamento, as promoções atraem clientes. ;As lojas baixam os preços dos estoques para fazer caixa, mesmo que isso signifique vender pelo preço que compraram, porque precisam de dinheiro para pagar suas contas de fim de ano;, explica o presidente da associação. O músico Manuel Falcão, 44, se valeu dos descontos e comprou todo o piso da casa. Levou 50 metros quadrados por metade do preço. ;Estou construindo e aproveitei que entrou um dinheiro extra para terminar a obra antes do Natal;, comemora. Além dos que pretendem ter a casa pronta para as festas de fim de ano, há aqueles que aproveitam o 13º para fazer alguns reparos. É nesse dinheiro extra na economia que muitas empresas se fiam. Por outro lado, há a concorrência com os presentes de Natal. Outro agravante para o setor em Brasília são as chuvas dessa época do ano, o que dificulta o andamento de algumas obras. Segundo Cecin Sarkis, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção do Distrito Federal (Sindimac), os melhores meses de venda são os de tempo seco. Mesmo em um mês fraco e com a concorrência do Natal, o setor segue forte no DF. ;Brasília não vai sentir tanto os reflexos da crise porque há muitos servidores públicos que seguem ganhando os melhores salários;, analisa Sarkis. As vendas do início do mês, segundo ele, foram satisfatórias e acima das realizadas em novembro. ;No mês passado, tivemos um decréscimo, mas não como visto fora do DF;, afirma.

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