Economia

Fiesp: economia brasileira deve ter retração no primeiro trimestre de 2009

;

postado em 08/12/2008 15:32
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira (8/12) que a economia brasileira deve retrair no primeiro trimestre de 2009. Segundo Skaf, a economia deve se manter próximo do zero no quarto trimestre deste ano e que, no primeiro trimestre de 2009, "nada faz crer que será melhor" que o anterior. No entanto, a entidade se absteve de cravar uma projeção para o próximo ano. Para 2008, a estimativa é de crescimento de 5,3%. "A Fiesp se preocupa com sua credibilidade. Há uma discussão interna (na entidade) de que o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas de um país) fique entre 2% e 3%, mas não tenho nenhum prazer em divulgar esses números, porque há muitas variáveis em questão", disse. Para a balança comercial, Skaf traçou um cenário ainda mais pessimista e também evitou divulgar estimativas. "Neste ano, o superávit deve ficar um pouco acima dos US$ 20 bilhões. Garanto que será menor (em 2009), talvez até com déficit", sentenciou. A principal preocupação de Skaf quanto ao comércio exterior se deve à possibilidade dos produtos chineses entrarem no mercado brasileiro com agressividade ainda maior do que a usual. O receio se deve à perda de mercado pela China nos países desenvolvidos com a crise internacional. "Uma hora o câmbio vai se estabilizar. Só não sei quando e por quanto. E, se por um lado, isso nos torna mais competitivos, por outro, não sabemos qual será o impacto da crise no comércio exterior", disse Skaf. "Os Estados Unidos e a Europa deverão reduzir as compras. E a China venderá menos. Eles [os chineses] vão inundar os outros mercados." Por esse temor, a Fiesp defende que o governo federal crie mecanismos mais ágeis e preventivos ao avanço dos chineses. "Não é protecionismo, é usar mecanismos de defesa comercial, como as usadas no primeiro mundo", explicou. Sobre o cenário doméstico, a Fiesp avalia que o maior problema é com o crédito e com o custo de crédito. A idéia da entidade para reduzir o problema é, além de conversar com os bancos para tentar reduzir o custo do dinheiro, é tentar usar recursos dos depósitos compulsórios para ampliar o adiamento do pagamento de tributos pelas empresas. Mas Skaf disse que isso é "uma idéia", que ainda será amadurecida antes de ser divulgada.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação