Economia

Sindicatos: metalúrgicas podem atravessar crise sem demitir

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postado em 08/12/2008 17:48
Dirigentes dos sindicatos dos metalúrgicos do ABC Paulista e de Taubaté apresentaram nesta segunda-feira (8/12) à imprensa dados que, de acordo com eles, demonstram que a indústria brasileira tem condições de atravessar a crise mundial sem demitir. Em entrevista coletiva concedida em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, sindicalistas minimizaram os impactos das más notícias vindas do exterior e afirmaram que os empresários têm várias alternativas de cortar gastos sem cortar vagas. ;A indústria tem mecanismo suficientes para atravessar 2009 inteiro sem demitir;, enfatizou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. Apesar de admitir que o momento é de incertezas, Nobre disse aos jornalistas que a indústria nacional já passou por situações piores do que a atual durante a década de 90. Segundo ele, os bons resultados obtidos pelo setor de metalurgia, desde 2003, criaram uma ;gordura;, que deve ser ;queimada; em caso de cenário desfavorável. Dados repassados pelo sindicatos apontam que o faturamento do setor de autopeças passou de US$ 13,3 bilhões, em 2003, para US$ 44,1 bilhões, número que deverá se consolidar em 2008. A elevação é de cerca de 300%. Já o número de empregados do setor, subiu de 170 mil para 235 mil durante o mesmo período, 40% de aumento. Para os sindicalistas, caso o cenário de desaceleração ou retração se confirme, os empresários devem se utilizar de instrumentos como férias coletivas, banco de horas e afastamento de trabalhadores para treinamento para evitar as demissões. ;O emprego é o único patrimônio do trabalhador. Se alguma fábrica demitir sem negociar com o sindicato, criará um crise com a categoria;, alertou Nobre. Ele acrescentou, contudo, que, até agora, não há notícias de demissões no ABC. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, tradicionalmente, homologa 450 demissões por mês e este número não mudou desde que a crise se agravou, em setembro. O presidente do sindicato de Taubaté, Isaac do Carmo, entretanto, diz que já ocorreram algumas demissões em sua área de atuação. ;O número não foi maior pela pressão do sindicato;, complementou. Na quarta-feira (10/12), Carmo e Nobre apresentarão os dados repassados hoje a outros líderes sindicais do país. No encontro, que será realizado em São Paulo, será discutida a situação dos trabalhadores das várias localidades e possíveis ações contra futuras demissões.

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