postado em 09/12/2008 09:54
A crise econômica levou mais uma empresa no Brasil a mudanças na sua gestão. Depois de dois anos fora do comando, a família Schincariol voltou a reassumir o dia-a-dia da cervejaria. O executivo Fernando Terni, que ocupou a presidência no período, foi substituído por Adriano Schincariol.
O maior problema enfrentado pela Schincariol é a alta do dólar, que responde por 60% a 70% dos custos totais com matéria prima. A produção de cerveja exige a importação de uma série de produtos, como o malte, e outros preços, como o da latinha de alumínio, usam o dólar como referência.
Adriano Schincariol afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a economia e o mercado enfrentam um momento de grande volatilidade e, por isso, resolvemos estar mais próximos do dia-a-dia dos negócios. Só nós podemos nos responsabilizar por uma gestão mais expedita, mais rápida".
Outro acionista que assume funções executivas é Gilberto Schincariol Júnior, que ocupará a vice-presidência de operações. Também por meio de sua assessoria de imprensa, Gilberto deu a seguinte declaração: "Temos uma excelente base para adaptar a empresa aos novos desafios que teremos de enfrentar, pois o futuro exigirá ajustes e muita criatividade, e neste momento, julgamos importante diminuir o espaço entre a tomada de decisões e a sua implementação".
Além da mudança na gestão, a cervejaria também deve concluir nos próximos dias um plano de reestruturação que prevê um forte enxugamento de custos para fazer frente à elevação do dólar. A empresa tem 14 fábricas e 10 mil funcionários.
A Schincariol não é a primeira empresa cujo acionista decide retomar suas funções executivas após o agravamento da crise. Recentemente, o empresário Abilio Diniz também reassumiu o comando do grupo Pão de Açúcar.
Em 2005, Adriano Schincariol e outros familiares ficaram detidos por dez dias numa operação da Polícia Federal batizada de Operação Cevada. A polícia investigava denúncia de sonegação fiscal.