postado em 11/12/2008 17:04
O alívio do mercado financeiro com os pacotes anticrise já anunciados permitiu que o dólar desabasse durante os negócios desta quinta-feira (11/12). O preço da moeda americana chegou a recuar para R$ 2,284 em seu momento de maior queda, mas encerrou os negócios de hoje a R$ 2,345, o que representa um decréscimo de 3,53% sobre a cotação de ontem.
Segundo operadores, pelo menos dois fatores impediram uma retração ainda maior dos preços: alguns profissionais de corretoras notaram um volume significativo de compras quando a taxa de câmbio caiu fortemente, aproveitando um preço fora das expectativas para este ano; segundo, a ação de alguns agentes financeiros, que detém contratos no mercado futuro em que ganham com a valorização do dólar.
Corretoras apontam a ação especulativa desses agentes financeiros como um dos motivos pelo qual a taxa de câmbio brasileira subiu nos últimos dias mesmo nos dias em que o dólar desvalorizou frente as outras moedas. "Acho que o hoje o mercado descontou um pouco o descolamento dos outros dias", comenta Ideaki Iha, profissional da corretora Fair.
O Banco Central também não ficou de fora do mercado: vendeu 69 mil contratos de "swap" cambial, que oferecem proteção ao agente financeiro contra as oscilações da moeda americana. Os bancos tomaram 24.400 desses contratos. A autoridade monetária também repassou no mercado à vista, a um preço bastante oportuno: R$ 2,285, num horário (entre 14h50 e 15h) em que o dólar era cotada acima de R$ 2,30. A medida teve efeito pontual e a cotação logo sofreu um repique.
Analistas e investidores comemoraram a aprovação do pacote de US$ 14 bilhões de ajuda para as montadoras dos EUA, mas manifestaram com reservas a dimensão dos recursos, já que é menos da metade do as gigantes do setor pediram (US$ 34 bilhões). O projeto de lei ainda deve passar pelo crivo do Senado americano, onde há mais legisladores resistentes ao pacote de ajuda.
Juros futuros
O mercado futuro de juros ajustou as taxas projetadas nos contratos mais negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM), um dia após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado de diretores do BC manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, mas sinalizou, na ótica de alguns analistas, a perspectiva de reduzir a Selic ainda no início de 2009.
No contrato com vencimento em janeiro de 2009, a taxa projetada subiu de 13,43% ao ano para 13,51%; no vencimento de janeiro de 2010, a taxa projetada caiu de 12,98% para 12,83%; e no contrato com o vencimento de janeiro de 2011, a taxa prevista cedeu de 13,44% para 13,37%.