postado em 11/12/2008 17:38
O governo federal deve deixar de arrecadar R$ 4,9 bilhões com as mudanças no Imposto de Renda para Pessoa Física, conforme as medidas anunciadas nesta quinta-feira para amenizar os efeitos da crise sobre o setor produtivo e o consumidor.
Em reunião com empresários em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou além da criação de novas alíquotas - de 7,5% e 22,5% - do Imposto de Renda Pessoa Física, a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de crédito e isenções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo.
A nova tabela do imposto de renda prevê isenção para quem ganha até R$ 1.434, alíquota de 7,5% para quem ganha mais de R$ 1,434 até R$ 2.150, de 15% para quem ganha mais de R$ 2.150 até R$ 2.866, de 22,5% para quem ganha mais de R$ 2.866 até R$ 3.582 e de 27,5% para quem ganha mais de R$ 3.582. A decisão de alterar a tabela de imposto de renda é definita (não tem prazo de vigência) e entrará em vigor por medida provisória.
Também haverá redução de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas, de 3% para 1,5%, pelo período que o governo julgar necessário. O custo desta medida, segundo o governo, será de R$ 2,560 bilhões.
O governo também reduziu o valor do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) até 31 de março de 2009 para a indústria automotiva. Os carros populares até 1.000 cilindradas (tanto álcool quanto gasolina) terão taxa zero (atualmente, é de 7%), os de 1.000 cilindradas a 2000 cilindradas, à gasolina, terão redução de 13% para 6,5%, e os flex ou álcool, de 11% para 5,5%. Carros acima de 2.000 cilindradas não têm alteração de alíquota.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as quatro principais montadoras se comprometeram em repassar o benefício das medidas para o preço dos carros, tornando-os mais baratos, e manter o nível de emprego no setor.
Outra medida anunciada pelo governo prevê emprestar dinheiro das reservas internacionais para empresas públicas e privadas com dívidas vencendo entre setembro de 2008 e dezembro de 2009. As empresas poderão pegar empréstimo para pagar dívidas e mais 25% para investimento. O montante exigido deverá ser entre R$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões.
Mais medidas
Conforme Mantega, na próxima semana deverão ser anunciadas novas medidas. Para o setor habitacional, o governo prevê novos estímulos para o próximo ano.
"Essas medidas não são as últimas. O momento é de ousadia e rapidez", disse Mantega. O ministro disse ainda que o governo está negociando com Santander, Bradesco e Itaú a redução do spread bancário. "Eu senti que vão reduzir", antecipou o ministro.