Economia

Bovespa fecha em baixa de 1,24%, aos 38.519 pontos

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postado em 11/12/2008 19:03
Os investidores reagiram favoravelmente aos pacotes anticrise nos EUA e no Brasil e impulsionaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira (11/12), que se manteve em alta durante a maior parte do pregão. Nos EUA, já houve uma aprovação inicial da ajuda às montadoras. E no Brasil, o governo reduziu impostos e ajustou as alíquotas do IR. O câmbio desabou para R$ 2,34, após várias intervenções do Banco Central. "Nós continuamos muito dependentes do que acontece nos EUA e a situação dessas montadoras continua a ser a "espada´ que pende sobre o mercado. Agora, esse pacote [no Brasil] foi importante para mostrar que o governo está agindo rápido", avalia José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval. "A preocupação maior foi de não deixar cair o consumo", acrescenta. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 1,24% no fechamento, aos 38.519 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,51 bilhões. Operadores que a queda, perto do fechamento, pode ser explicada por uma rápida realização de lucros (venda de papéis muito valorizados no curto prazo) que, inclusive, pode ser estendida na jornada de amanhã. Somente a ação preferencial da Petrobras movimentou R$ 1,33 bilhão, valorizando 1,77%, o que contribuiu para puxar a recuperação da Bolsa paulista. O papel, segundo operadores, subiu a repique da disparada nas cotações do barril de petróleo que, na praça de Nova York (Nymex), bateu US$ 47,24. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,345 na venda, em forte declínio de 3,53%. A taxa de risco-país marca 491 pontos, número estável sobre a pontuação anterior. O Banco Central entrou por duas vezes no mercado de moeda, vendendo dólares e oferecendo contratos de "swap" cambial, que oferecem proteção contra as oscilações do câmbio. "O mercado descontou um pouco hoje o descolamento dos outros dias", comenta Ideaki Iha, profissional da corretora Fair, lembrando que dólar desvalorizou lá fora, mas ficou mais forte no mercado doméstico com bastante frequência nos últimos dias. Montadoras O mercado repercutiu principalmente a notícia de que a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o pacote de US$ 14 bilhões em ajuda para as montadoras, na noite de ontem. Em situação pré-falimentar, gigantes do setor automobilístico reivindicam dinheiro do governo para sobreviver à recessão. O "drama" dessas empresas têm sido um dos principais focos de preocupação do mercado financeiro desde novembro. O projeto de lei ainda deve passar pelo crivo do Senado, onde há mais legisladores resistentes a colocar dinheiro público para salvar empresas privadas. Analistas do setor financeiro duvidam, no entanto, que o projeto não passe pelos senadores, devido à importância do setor automobilístico para a geração de empregos nos EUA. Há dúvidas, porém, se o pacote, tal como aprovado ontem será suficiente para "tirar do buraco" as montadoras, que reivindicavam US$ 34 bilhões. Ainda no front externo, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego foi a maior em 26 anos. Segundo o órgão, o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego cresceu em 58 mil na semana encerrada no último dia 6, elevando o total de solicitações iniciais do benefício para 573 mil. No Brasil, foi avaliado de forma positiva o "pacote anticrise" anunciado hoje pelo governo, com redução nas alíquotas do Imposto de Renda e de uma série de impostos, bem como a concessão de ajuda para empresas endividadas no exterior. Cena doméstica Ontem à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros em 13,75%, em linha com as expectativas do mercado. O Comitê comunicou, por meio de um texto curto, que chegou a discutir a possibilidade de um corte dos juros. Para analistas, o Comitê deixou uma "porta aberta" para um relaxamento da política monetária ainda no início de 2009.

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