postado em 11/12/2008 19:11
Os preços do petróleo subiram mais de 10% nesta quinta-feira (11/12) em Nova York, com o mercado antecipando uma forte queda da produção dos países exportadores, que se reúnem na próxima semana.
Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de petróleo leve tipo WTI para entrega em janeiro fechou em US$ 47,98, um aumento de US$ 4,46 (10,25%) em relação ao fechamento de quarta-feira.
Em Londres, o barril do Brent para entrega em janeiro ganhou US$ 4,99 em relação ao fechamento de quarta-feira, ficando em US$ 47,39.
Nos últimos dias da semana passada, os preços caíram para US$ 40,50, atingindo o nível mais baixo desde dezembro de 2004.
Nesta quinta-feira, os operadores começaram a voltar suas atenções para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que se reúne na próxima quarta-feira em Orã, na Argélia. "O mercado está antecipando um corte da produção da Opep", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
O cartel informou que pretende reduzir "significativamente" sua produção. Os analistas apostam que este corte será de um a três milhões de barris por dia (mbd).
Neste contexto de espera, os operadores ficaram atentos aos números de produção fornecidos pelo ministro saudita do Petróleo, Ali al Nuaimi, que "foram coerentes com a meta anunciada pela Opep", segundo John Kilduff, da MF Global. "O mercado estava superestimando a produção da Arábia Saudita", afirmou Lipow.
Reforçando a idéia de que importantes mudanças no mercado do petróleo serão decididas em Orã, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, declarou nesta quinta-feira que seu país não descarta a possibilidade de aderir à decisão da Opep.
Na véspera, a Rússia, que disputa com a Arábia Saudita a posição de maior produtor mundial da commodity, deu a entender que poderia reduzir sua produção de petróleo junto com os membros do cartel para levantar os preços.
Os preços também foram sustentados pelo relatório mensal da Agência Internacional da Energia (AIE), segundo o qual a demanda de petróleo vai cair em 2008 pela primeira vez.
No entanto, segundo os analistas, o mercado esperava notícias piores, ainda mais porque a AIE prevê, ao contrário do governo americano, um crescimento do consumo em 2009.