Economia

Bolsas dos EUA fecham em baixa com incerteza sobre pacote para montadoras

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postado em 11/12/2008 19:51
As bolsas americanas encerraram seus pregões em baixa nesta quinta-feira (11/12), puxadas pelos temores de que o pacote de ajuda ao setor automobilístico americano não passe no Senado, depois de já ter obtido aprovação na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) fechou em baixa de 2,24%, indo para 8.565,09 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caiu 2,85%, para 873,59 pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq fechou em baixa de 3,68% no indicador Nasdaq Composite, indo para 1.507,88 pontos. O pacote, de US$ 14 bilhões, concede empréstimos ou linhas de crédito - vindos de fundos do Departamento de Energia para a fabricação de automóveis ecológicos - para que as montadoras nos EUA continuem com suas operações e evitem a possível demissão de até 2,5 milhões de funcionários. A GM e a Chrysler devem receber empréstimos do governo em troca da participação nas empresas. A Ford, no entanto, informou dispor ainda de dinheiro em caixa, mas pediu uma linha de crédito de US$ 9 bilhões como garantia em caso de piora do quadro em que a economia se encontra. Republicanos no Congresso manifestaram objeções à ajuda, e mesmo entre os democratas o plano não é uma unanimidade. A incerteza sobre o fraco apoio que a medida possa ter para passar no Senado preocupa os investidores. A aprovação na Câmara aconteceu por 270 votos a favor e 170 contra. Os investidores também viram com pessimismo o novo dado sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA : segundo o Departamento do Trabalho, na semana encerrada no último dia 6 o número de pedidos iniciais do benefício cresceu em 58 mil, elevando o total de solicitações iniciais do benefício para 573 mil. O total da semana imediatamente foi revisado para 515 pedidos, acima da leitura inicial de 509 mil. A expectativa dos analistas era de um total semanal de 525 mil pedidos. O Departamento do Comércio, por sua vez, informou que o déficit no comércio exterior americano cresceu 0,1% em outubro e chegou a US$ 57,19 bilhões. Entre janeiro e outubro, o déficit foi de US$ 590,917 bilhões, comparado com um de US$ 582,808 bilhões no mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2007, o saldo negativo na balança comercial dos Estados Unidos foi de US$ 700,258 bilhões. A expectativa dos economistas era de que o déficit na balança comercial dos EUA fosse desacelerar, para US$ 53,5 bilhões. Em setembro, o déficit foi de US$ 56,6 bilhões. O petróleo, por sua vez, fechou em Nova York com alta de 10,25%, com a expectativa por um corte na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na próxima semana. A perspectiva para o consumo nos EUA também piorou hoje: a rede Costco Wholesale anunciou um lucro líquido que ficou abaixo do esperado no mercado financeiro. I diretor-financeiro da empresa, Richard Galanti, disse em um comentário que a empresa foi afetada por uma redução nos gastos não essenciais fora do segmento de alimentos. Além disso, a Procter & Gamble reduziu sua projeção de vendas para o trimestre devido à redução de estoques por parte de varejistas e distribuidores, paralelamente à uma queda no consumo.

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