Economia

Medidas anunciadas pelo governo vão ampliar crédito e consumo, diz economista

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postado em 11/12/2008 21:26
As medidas anunciadas nesta quinta-feira (11/12) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, vão estimular o consumo, o crédito e o aumento da demanda agregada no país, como é chamado o dinheiro do investimento do governo, afirmou em entrevista à Agência Brasil o economista Cláudio Considera, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ao criar faixas intermediárias do Imposto de Renda Pessoa Física, visando a aliviar a carga tributária em 2009, o governo propicia, segundo o economista, um aumento dos recursos que as famílias têm para usar para consumo. ;Na verdade, esse consumo é mais direcionado para atender o mercado;, explicou Considera, que foi secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Da mesma forma, a redução do Imposto sobre Circulação Financeira (IOF) para pessoa física de 3% para 1,5% ao ano ;permite que você entre no cheque especial ou faça contratações de crédito. Então, a redução do IOF aumenta também a renda disponível das famílias e o consumo;. Considera salientou ainda que a intenção do governo de cortar gastos com custeio e ampliar o investimento público em janeiro próximo ;já deveria ter sido feito. Porque o gasto com investimento acaba. Ele não tem continuidade. E o gasto de custeio, principalmente com pessoal, passa a ser um gasto permanente;. Isso não é um fato positivo do ponto de vista da gestão do orçamento público, acentuou. ;O governo deveria fazer o que está pretendendo agora, que são mais investimentos, obras de infra-estrutura;, disse ele. Nesse sentido, lembrou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, está justamente querendo desenvolver um programa grande de obras públicas, "em vez de dar recursos aos bancos, porque a construção civil cria muitos empregos. É fortemente intensiva em emprego;. O economista da UFF disse ignorar, contudo, até que ponto vão sobrar recursos do Orçamento para o governo investir em 2009. É preciso considerar, destacou, que o aumento das despesas do próprio governo só foi coberta pela elevação da arrecadação, ou seja, da carga tributária. ;Só que, no ano que vem, essa arrecadação não deve ser tão grande. O PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas de um país) caindo reduz a arrecadação de todos os impostos. E o próprio Imposto de Renda deve se reduzir;. Ele acredita que isso pode trazer problemas em 2009 para o cumprimento de metas do governo de superávit primário, ;que, afinal, deram a saúde à economia brasileira para que ela pudesse crescer;.

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