postado em 12/12/2008 10:40
As principais Bolsas de Valores da Ásia tiveram forte queda nesta sexta-feira (12/12) após a rejeição do pacote de US$ 14 bilhões para as três principais fabricantes de carro americanas ; General Motors, Ford e Chrysler ; enfrentarem a crise financeira. O Senado dos Estados Unidos vetou a proposta, que poderia ajudar na reestruturação do setor no país e evitar a quebra das maiores montadoras do mundo.
Na região da Ásia-Pacífico, as maiores quedas foram de ações de grandes fabricantes do setor, como Honda e Toyota, tiveram retração de 12,5% e 10%, respectivamente, na Bolsa de Valores de Tóquio (Japão). Em Seul (Coréia do Sul), a maior queda do dia foi das ações da Hyundai. Na Bolsa de Hong Kong, ações de companhias relacionadas a commodities ; principalmente as petroleiras ; recuaram.
Para analistas, o fracasso do plano bilionário de resgate das montadoras americanas pode piorar ainda mais o cenário da crise econômica global. "O que o fracasso desse acordo vai causar é o desânimo não só nos EUA, mas em nível mundial", afirmou Joseph Tan, economista-chefe do banco Credit Suisse em Cingapura.
A Bolsa de Tóquio (Japão) registrou queda de 5,56%, aos 8.235,87 pontos, no indicador NIkkei 255. Em Hong Kong, o índice Hang Seng perdia 5,41% perto do fim do dia. O ASX da Bolsa de Sydney (Austrália) caiu 2,31%. O KOSPI, da Coréia do Sul, tinha recuo de 4,38%. Na Bolsa de Xangai (China), o Shanghai Composite retraiu 3,81%.
"Não foi nenhuma surpresa ver os mercados asiáticos em movimento de venda com a notícia da rejeição do plano de resgate às montadoras dos EUA", disse Tim Rocks, da Macquarie Securities em Hong Kong.
Um impasse entre senadores republicanos e os sindicatos da indústria automotiva foi o motivo do fracasso. Os membros do partido governista exigiam uma redução imediata de salários nas companhias, o que foi negado pelas empresas.
Segundo o legislador republicano George Voinovich, os representantes do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Automotiva estavam dispostos a um corte salarial, mas não antes de 2011. Os democratas têm apenas 50 cadeiras no Senado, e precisavam de 60 votos para frear a minoria republicana.