postado em 12/12/2008 10:41
Um artigo na mais recente edição da revista britânica "The Economist" sugere que recorrer ao FMI, ao Banco Mundial ou ao Banco Interamericano de Desenvolvimento pode ser uma boa idéia para ajudar países latino-americanos --entre eles o Brasil-- em meio à crise financeira internacional.
De acordo com o texto, intitulado "Preparing for a Tougher Times" ("Preparando-se para Tempos Mais Difíceis", em tradução livre), apesar de acreditarem no início da crise que poderiam escapar do pior, a realidade mostrou ser diferente, e os governos da região agora já enfrentam a perspectiva de uma contração econômica.
Mas a "Economist" diz que a capacidade dos governos de países latino-americanos de injetar recursos na economia a fim de preservar as conquistas dos últimos anos, como a redução da pobreza, é limitada e varia de caso a caso. Segundo o artigo, o Brasil não é um dos países que está numa das situações mais confortáveis na região.
"Os governos vão enfrentar a restrição representada pela queda da renda dos impostos", diz o texto. "O Brasil está comprometido com um superávit fiscal primário de 3,8% do PIB, com o objetivo de continuar a reduzir o peso de sua dívida. Se diminuir essa meta, isso poderia comprometer a habilidade de o Banco Central reduzir a taxa de juros.".
"Nos últimos anos, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o FMI tiveram pouco trabalho na América Latina porque os governos podiam levantar dinheiro nos mercado de capital. Isso mudou;. "Seria trágico se eventos externos levassem a América Latina a jogar fora a estabilidade econômica que trabalhou tão duro para conseguir", conclui a "Economist".