Jornal Correio Braziliense

Economia

Lojistas da 25 de Março ignoram crise e esperam vender até 10% a mais no Natal

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O pessimismo causado pela crise econômica internacional ainda não chegou Rua 25 de Março, na região central de São Paulo. Em um dos maiores centros de comércio popular do país, a chegada do Natal anima consumidores e, principalmente, lojistas _que esperam vender até 10% a mais neste ano do que no ano passado, independentemente das más notícias sobre os rumos da economia global. A gente sente que as pessoas estão mais apreensivas. Porém, na prática, elas continuam comprando, disse um dos diretores da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Marcelo Moawad, em entrevista Agência Brasil. Crescemos 10% no Dia das Crianças, no Dia das Mães _antes da crise_ e vamos crescer 10% no Natal. O motivo da confiança de Moawad caminha em frente s lojas. A cada dia dos finais de semana de dezembro, a Rua 25 de Março recebe cerca de 1 milhão de pessoas. Em alguns sábados, de acordo com a Univinco, são até 1,2 milhão de consumidores, ou seja, o triplo dos 400 mil que freqüentam as mil lojas da região em dias normais. A Rua 25 de Março recebe pessoas de todas as classes sociais, de vários locais do país, interessadas em comprar, principalmente, brinquedos, bijuterias e artigos de decoração. Gente como o marceneiro Valdecir Oliveira de Souza, 38 anos. Souza aproveitou a folga do sábado (13) para comprar, junto com sua família, presentes para seus três sobrinhos. Pretendia gastar R$ 50 e admitiu que estava segurando seus gastos, porém não pelo temor da crise. Se esperar a crise, aí é que ela vem. Ele disse ainda que, pelo fato de ser marceneiro, uma desaceleração da construção civil o preocupa. Entretanto, disse que, se ela vier, passará rápido e não causará problemas. Já a aposentada Rosália Vieira de Paula, 48 anos, diz que não tem o que temer. Com seu rendimento mensal garantido, ela pretende gastar mais neste Natal do que gastou no Natal de 2007. Em sua terceira visita 25 de Março só em dezembro, ela afirmou que deve gastar R$ 400 para comprar lembranças para colegas, amigos, sobrinhos e o marido. Isso, entrentanto, não é sinal de que esteja gastando mais do que deveria. "Eu compro tudo vista para conseguir um desconto. Quando dá, compra até no atacado, disse ela, bem-humorada, revelando sua forma de economizar nas compras. Como crise ou sem crise, não dá para abusar."