Economia

Agronegócio enfrenta problemas e pede ações urgentes, diz ex-ministro

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postado em 15/12/2008 19:56
O presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (15/12) que todos os setores ligados ao agronegócio estão enfrentando problemas de crédito e precisando de ações mais urgentes do governo. No caso do crédito, Rodrigues apontou como maiores dificuldades a falta de adiantamentos de contrato de câmbio (ACC) e o fato de os recursos, embora anunciados, não chegarem ao produtor. Quando chegam, têm custo muito alto, destacou Rodrigues, que foi ministro da Agricultura no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ;Há três temas que só o governo pode resolver: a desburocratização dos processos, a questão da renda e a estrutura da logística;, disse Rodrigues, após mediar reunião com representantes de cadeias produtivas do agronegócio. Segundo Rodrigues, ainda não dá para saber quais serão os efeitos da crise na geração de empregos no setor de agronegócio. Ele acredita, no entanto, que tanto a queda na produção de grãos quanto as dificuldades enfrentadas pelo setor sucroalcooleiro deverão reduzir as contratações no setor. O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, um dos participantes da reunião, disse que o setor sucroalcooleiro já enfrenta problemas devido à crise, embora tenha sido um dos que mais investiram na produção em todo o país ; foram mais de US$ 20 bilhões nos últimos quatro anos e estão previstos mais US$ 32 bilhões para os próximos três anos. ;É que uma crise que chega em momento de preços baixos atinge profundamente a renda do setor, mas esperamos uma regularização dos recursos de crédito para exportações e investimentos nos próximos meses.; De acordo com Jank, cerca de 15% dos produtores estão com dificuldades financeiras, que já enfrentavam antes da crise internacional, o que agrava o problema. Nesse caso, as empresas passaram a ser candidatas à incorporação por outros grupos, afirmou. ;Obviamente, isso pode levar a problemas localizados, como empresas que não pagam seus fornecedores, devido à dificuldade financeira. Mas isso não é a regra.; Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, os impactos da crise internacional aparecem mais na área do crédito e nos meios de pagamento do que na demanda. ;Ainda não temos notícia de uma queda de demanda nos países importadores por questão de renda. Acredito até que a demanda continue nos padrões anteriores e que nós possamos restabelecer em 2009 os volumes exportados em 2008;, ressaltou Giannetti. Segundo ele, o mês de novembro, com queda de 33% nas exportações, deve ser analisado com cuidado porque o resultado é atípico.

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