Economia

Bolsas em NY sobem em dia de decisão do Fed sobre juros

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postado em 16/12/2008 15:08
As Bolsas americanas operam em alta nesta terça-feira (16/12), com a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) vá reduzir sua taxa de juros hoje. Os juros do banco estão em 1% ao ano e podem atingir o menor patamar de sua história. Os dados sobre inflação e construção de casas, apesar de negativos, acabaram não afetando os negócios. Às 14h19 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em alta de 1,11%, indo para 8.659,39 pontos no índice Dow Jones Induistrial Average, enquanto o S 500 subia 1,49%, para 881,49 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em alta de 1,97%, indo para 1.538,09 pontos. A expectativa dos analistas é por um corte de 0,5 ponto percentual, para 0,5%, mas a possibilidade de que o corte seja de 0,75 ponto percentual, para uma taxa de 0,25% ao ano, não foi descartada. O corte de juros, embora esteja sendo visto como uma medida quase simbólica, devido ao pouco efeito que deverá ter no curto prazo, é visto como uma ação positiva, sinalizando a dispopsição do governo de usar as ferramentas ao seu alcance para tentar atenuar os efeitos da recessão - que, de acordo com analistas, deverá ser a mais severa desde a que atingiu o país no início dos anos 80. O setor financeiro continua a dar mostras de que os efeitos da crise estão longe do fim; o banco Goldman Sachs, um dos maiores dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o seu primeiro prejuízo trimestral desde quando lançou ações em Bolsa de Valores, em 1999. Afetada pela crise dos créditos "subprime", a instituição financeira reportou prejuízo líquido de US$ 2,12 bilhões no quarto trimestre do exercício fiscal de 2008 (encerrado no final de novembro). O Goldman Sachs não chegou a passar incólume pela crise: em setembro deste ano, o Federal Reserve (banco central dos EUA) autorizou a instituição financeira, um dos maiores bancos de investimentos dos EUA, a se tornar um banco comercial, habilitada a captar depósitos, portanto, em uma saída rápida de superar a crise financeira. O banco foi, no entanto, uma das instituições financeiras que melhor passaram pela crise, que provocou a concordata do Lehman Brothers, a venda do Merrill Lynch e do Bears Stearns bem como a falência do Washington Mutual, somente para citar alguns dos casos mais famosos. Hoje também o Departamento do Trabalho informou que os preços ao consumidor nos EUA tiveram uma queda de 1,7% no mês de novembro, após retração de 1% em outubro. Foi o maior recuo na comparação mês a mês já registrado desde que a pesquisa de preços começou a ser feita, em 1947. O núcleo do CPI (índice de Preços ao Consumidor), que exclui os preços de alimentos de energia, ficou estável. No ano, o núcleo acumula alta de 2% - dentro da margem considerada adequada pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano). O Departamento do Comércio, por sua vez, informou que a construção de imóveis residenciais nos EUA caiu 18,9% em novembro, para uma taxa anualizada de 625 mil unidades, depois de uma taxa de 771 mil em outubro. Foi a maior queda desde março de 1984. Além disso, continua a preocupar os investidores os efeitos que a fraude do ex-presidente da Bolsa Nasdaq Bernard Madoff. Ele foi acusado pela Justiça americana de estar à frente de um esquema que pode gerar prejuízos de cerca de US$ 50 bilhões. Ele é acusado de elaborar um esquema conhecido como Ponzi --um tipo de pirâmide financeira, na qual se prometem retornos muito altos a investidores iniciais, que são remunerados com o dinheiro de quem adere ao esquema posteriormente.

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