Economia

Procurador-geral dos EUA deixa caso Madoff por conflito de interesse

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postado em 17/12/2008 17:05
O procurador-geral dos Estados Unidos, Michael Mukasey, decidiu se retirar da investigação do caso por fraude contra o investidor Bernard Madoff por conflitos de interesse devido a implicações familiares, informa o jornal The Wall Street Journal em seu site. Um filho de Mukasey, segundo o jornal, representa um dos executivos da Madoff Investment envolvidos na suposta fraude, o que teria levado o Procurador-geral a se retirar do caso. As ramificações do caso Madoff se estenderam não só pelas contas financeiras das grandes personalidades do país, mas também afetam as instituições americanas. Há apenas algumas horas, em um reconhecimento público extraordinário, a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC, em inglês) admitiu ter recebido alertas sobre as operações fraudulentas de Madoff, e que, mesmo assim, não abriu uma investigação. Em comunicado, informou que tinha aberto uma investigação sobre as falhas registradas dentro do organismo. O jornal Wall Street Journal informa também em seu site que a SEC está investigando, entre outros aspectos, a relação de uma sobrinha do investidor Bernard L. Madoff com um dos funcionários do órgão regulador. Investigação e reformas Hoje, o legislador democrata Paul Kanjorski, que lidera uma subcomissão de assuntos financeiros, disse que o Congresso dos EUA investigará a fraude do investidor dentro de uma extensa reforma das leis financeiras do país. Kanjorski, presidente da subcomissão de Mercados Capitais da Câmara de Representantes, disse em comunicado que, assim que começar a 111ª sessão do Congresso, em janeiro, os legisladores investigarão a fraude de US$ 50 bilhões. O legislador insistiu na urgência de investigar como foi que a SEC, outros reguladores e demais participantes do mercado de capitais não conseguiram detectar as "substanciais evasões" e enganos de Madoff. Ele destacou que as notícias na imprensa sobre a fraude que teria cometido Madoff, através do esquema de uma pirâmide, "só enfraquecem ainda mais a já devastada confiança dos investidores" no mercado de capitais. Além disso, "levantam sérias dúvidas sobre a eficácia de nosso sistema regulador", afirmou o legislador democrata da Pensilvânia. "Estes assuntos, portanto, exigem uma revisão rápida e cuidadosa por parte de nossa subcomissão de Mercados Capitais", acrescentou. De acordo com Kanjorski, antes de iniciar uma extensa reforma da regulação do setor financeiro dos EUA - algo que ele propôs desde 2000 -, é preciso "entender como foi que o senhor Madoff organizou suas muitas operações empresariais e como cometeu estas fraudes". "As respostas a estas perguntas servirão para que o Comitê de Serviços Financeiros se prepare para elaborar no próximo ano um sistema regulador forte, eficaz e moderno para o setor de serviços financeiros", especificou Kanjorski.

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