Economia

Petróleo despenca 8% em NY, mesmo com anúncio de corte na produção

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postado em 17/12/2008 19:07
Nem mesmo o maior corte de produção da história da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi capaz de segurar o preço do petróleo nesta quarta-feira (17/12), com os investidores crentes que a demanda recuará fortemente nos próximos meses devido à crise financeira global. O aumento das reservas petrolíferas dos Estados Unidos --o maior consumidor mundial da commodity - balizou essa crença, garantindo ao produto seu menor preço desde julho de 2004. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo leve tipo WTI para entrega em janeiro fechou em baixa de 8,12%, cotado a US$ 40,06. Essa é a primeira vez que a commodity fica na casa dos US$ 40 desde julho de 2004. A Opep decidiu nesta quarta-feira reduzir sua produção petrolífera mais uma vez, em 2,2 milhões, de barris por dia, a maior redução já feita em uma única ação. A decisão se segue a cortes decididos em setembro e outubro, que chegaram a 2 milhões de barris na produção. O total dos cortes chegará, assim, a 4,2 milhões de barris diários, informou o cartel. Porém, essa notícia não trouxe o efeito desejado nos investidores. Segundo analistas do setor, o corte na produção pouco influenciará o mercado. "Isso é apenas o petróleo que há em reservas lá (nos países produtores) neste momento", disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy & Economic Research. "Ninguém quer comprar esse produto. É uma commodity que as pessoas estão comprando menos porque não possuem dinheiro para comprar mais", explicou Phil Flynn, a analista da Alaron Trading Corp. "As pessoas estão amedrontadas. Temos uma queda na confiança na economia", acrescentou. Reservas As reservas semanais de petróleo dos Estados Unidos mostraram que a queda da demanda já se faz sentir. Os estoques do país subiram em 500 mil barris, para 321,3 milhões de barris, enquanto os analistas apostaram em uma alta de apenas 100 mil barris. Por sua vez, as reservas de gasolina cresceram 1,3 milhão de barris, contra previsão de 1 milhão de barris, e as de destilados cresceram 2,9 milhões de barris, ante expectativa de 900 mil barris. Muitos analistas dizem acreditar que os preços do petróleo continuarão caindo no próximo ano, principalmente devido às previsões de menor demanda feitos pelo Departamento de Energia americano e pela Agência Internacional de Energia (AIE).

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