Economia

Meirelles diz que decisão do Copom sobre juros não foi contraditória

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postado em 18/12/2008 12:54
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (18/12) que não houve contradição na decisão do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) de manter os juros em 13,75% ao ano. Na semana passada, o BC realizou a última reunião do ano sobre os juros. Hoje, foi divulgada a ata sobre o encontro. Nela, o BC diz que "a maioria dos membros do Copom" discutiu a opção de realizar uma redução de 0,25 ponto na taxa básica de juros, mas que, por decisão "unânime", o BC manteve a taxa no patamar atual. Hoje, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Meirelles foi questionado pelo presidente da comissão, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), sobre uma possível contradição nessas afirmações. Para ele, ficou a impressão de que a minoria impôs a decisão aos outros diretores do BC. "É uma ata que diz que a maioria estava convencida de que teria de reduzir, e depois diz que a unanimidade decidiu manter", diz Mercadante. "Acho que a maioria foi pulverizada por uma minoria que tinha um argumento incontestável." Mercadante afirmou que poderá pedir uma mudança na legislação para obrigar o BC a divulgar nominalmente a posição de cada diretor da instituição nessas reuniões. Ao responder à crítica, Meirelles afirmou que essa não foi a primeira vez em que o BC informou ter discutido uma possibilidade para os juros, mas ter decidido por outra. Além disso, segundo ele, em nenhum momento foi dito que a maioria queria essa redução dos juros. "A ata diz que a maioria considerou a possibilidade, não diz que a maioria decidiu pela queda. Discutiu-se essa possibilidade. No entanto, a unanimidade, inclusive a maioria, concluiu que não era o momento adequado. Não há contradição", afirmou o presidente do BC. Recomendação Meirelles também discordou da avaliação de Mercadante de que a maioria dos analistas apontava para uma necessidade de se reduzir os juros ainda no final deste ano, por causa da crise econômica. Agora, o BC só volta a discutir essa questão no final de janeiro. "Nós tínhamos a informação de que a grande maioria dos analistas achava que deveria se manter a taxa naquela reunião. A grande maioria previa a manutenção da taxa e inclusive recomendava a manutenção da taxa", afirmou Meirelles. Ele afirmou que essa também era a avaliação do BC. A instituição considerou que, apesar da desaceleração da economia no último trimestre do ano, ainda não estão afastados os riscos para a inflação. "O balanço de riscos, de acordo com a ata, não justificava uma decisão diferente naquele momento", disse Meirelles.

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