Economia

Exportações de carne bovina caíram 33% em novembro

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postado em 18/12/2008 17:12
As exportações de carne bovina caíram 33% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em novembro deste ano foram exportadas 132.609 toneladas contra 197.139 em novembro de 2007. Em valores, a queda foi de 14%, com um faturamento de US$ 335.729 milhões em novembro de 2008 contra US$ 389.485 milhões em novembro de 2007. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (18/12), pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No acumulado de janeiro a novembro, as exportações chegaram a 2.022.130 milhões de toneladas, 14% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando o Brasil vendeu 2.360.600 milhões de toneladas para o mercado externo. Em valores, houve crescimento de 22%, com US$ 5.009.536 bilhões exportados ante US$ 4.095.135 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2007. De acordo com os dados, na primeira quinzena de dezembro de 2008 as exportações haviam atingido o volume de 58.408 mil toneladas, ante as 74.913 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2007, registrando uma queda de 22%. Com relação ao valores foram exportados US$ 124.292 milhões nos quinze primeiros dias de dezembro contra US$ 150.761 milhões no mesmo período de 2007. Nesse caso a queda foi de 18%. Segundo o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, a queda de volumes e valores das exportações de carne registradas em outubro e novembro é preocupante, porque decorre da queda das exportações para a Rússia, o principal mercado do produto fora do Brasil. ;A Rússia é responsável por 38% das exportações e como está muito atingida pela crise e teve problemas de crédito, não pôde manter o nível de importações anterior;. Ele disse ser muito cedo para avaliar o que pode acontecer na Rússia, mas avaliou que o problema de crédito deve ser resolvido gradualmente. Giannetti da Fonseca ressaltou que há outros mercados emergentes que ainda não foram atingidos pela crise e devem manter o mesmo volume de importação do Brasil no ano de 2009. Por conta disso, a Abiec não acredita que o setor seja muito afetado pela crise econômica global. ;Deverá haver alguma redução ou compensação de um mercado pelo outro, mas vamos fazer um esforço muito grande para manter os níveis de produção, emprego e exportação da indústria da carne bovina;. O presidente da Abiec afirmou que já houve demissões no setor, mas nada relevante, já que a indústria da carne bovina emprega de forma intensiva. ;Nós temos, só nos frigoríficos grandes, mais de 100 mil empregos diretos e cercade 500 mil indiretos. Portanto, é importante que mantenhamos a empregabilidade, mesmo que haja mecanismos, como redução da jornada de trabalho ou substituição temporária do contrato de trabalho, que poderão ser utilizados caso a crise se agrave;, disse Giannetti da Fonseca. Para tentar reverter as quedas, a Abiec aposta na recuperação do mercado do Chile e da União Européia, locais para onde o Brasil estava impedido de exportar por conta de barreiras sanitárias impostas em 2007. Segundo Giannetti, as negociações para quebrar essas barreiras ocorreram durante todo o ano de 2008. ;No momento, há uma perspectiva de abertura desses mercados. Na União Européia já está ocorrendo e no Chile deve ocorrer no início de 2009. Com isso, vamos ter a capacidade de retomar nossa posição histórica nesse mercado, crescendo na ordem de 150 mil toneladas a mais do que fizemos este ano;, garantiu. Giannetti da Fonseca disse também que o preço da carne no mercado interno já está caindo porque a demanda mundial diminuiu. ;A queda dos preços no mercado mundial, de novembro para cá, foi em torno de 10%, o que é pequena em relação a outros setores que caíram muito mais;. Segundo Giannetti da Fonseca, o setor deve fechar o ano com cerca de US$ 5.3 bilhões. Para o ano que vem os números devem chegar no mesmo valor ou talvez um pouco mais. ;Talvez com os preços um pouco mais baixos, mas ainda mantendo o volume para os principais mercados e ganhando posição na União Européia, possamos ter os volumes também muito próximos dos observados neste ano. Enfim, uma estabilidade em relação a 2008. Mas, para quem está acostumado a crescer 15% a 20% ao ano desde 2001, a estabilidade é uma visão conservadora do que vem ocorrendo;, disse o presidente da Abiec.

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