Economia

Bovespa fecha em queda de 1,03%, aos 39.536 pontos

;

postado em 18/12/2008 18:41
As ações da Vale do Rio Doce e Petrobras puxaram as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registradas nesta quinta-feira. Em um dia de queda das commodities (matérias-primas) e indicadores ruins nos EUA, os investidores optaram por sair da Bolsa, enquanto o dólar teve alta moderada, para R$ 2,36. Na praça de Nova York (Nymex), o barril de petróleo caiu para US$ 36,22, um decréscimo de 9,6%, apenas um dia depois de que a Organização dos Países Produtores dePetróleo (Opep) anunciou um corte histórico na produção. O declínio é um reflexo das expectativas de que a economia global tenha um crescimento pífio, na melhor das hipóteses, em 2009. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recua 1,03% e bate os 30.536 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,72 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York,que ainda opera, tem forte queda de 2,96%. "A Bolsa subiu bem neste mês, principamente porque entrou algum capital estrangeiro nesses últimos cinco, seis dias. Somente a ação da Petrobras subiu mais de 20% em um mês, quer dizer, é natural que haja uma realização de lucros", afirma José Carlos Oliveira, operador da corretora Senso. "Isso não quer dizer que a tendência de mercado mudou: ainda é de baixa. O cenário continua nebuloso e eu, particularmente, estou pessimista para janeiro", acrescenta. A ação preferencial da Petrobras perdeu 3,49%, para R$ 23,50, enquanto a ação da Vale do Rio Doce caiu 4,09%, para R$ 25,31. O dólar comercial foi comercializado por R$ 2,365 na venda, em alta de 0,76%. A taxa de risco-país marca 456 pontos, número 0,65% abaixo da pontuação anterior. O Banco Central vendeu moeda no mercado à vista e realizou um leilão de "swap" cambial, que teve efeito restrito sobre os negócios. Para operadores, a taxa de câmbio deve continuar a oscilar entre R$ 2,30 e R$ 2,40 ao longo das próximas semanas. O cenário continua nebuloso e "dependente" do que o próximo presidente dos EUA, Barack Obama, deve executar em seus primeiros atos degoverno. "É possível que a taxa caia um pouco nesses últimos dias, se as tesourarias de banco liberarem um pouco de moeda, para derrubar os preços, comprar e vender mais depois. Agora, começa o novo governo nos EUA, e se a economia começar a reagir, nós até podemos ver o dólar caindo bem, já que os juros por aqui estão muito altos", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade, ressaltando que somente vê a possibilidade de uma reação das taxas a partir de abril. Entre as principais notícias do dia, a consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) estima uma contração entre 1% e 2% para as economias dos EUA, do Japão e dos países da zona do euro em 2009. Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego ficou em 554 mil até a semana passada. Na semana imediatamente anterior, o total havia sido de 575 mil (dado revisado). Números acima da 400 mil ainda indicam uma economia em recessão. Front doméstico No front doméstico, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada hoje revelou que os diretores do Banco Central discutiram a hipótese de reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,50%. O Comitê não decidiu pelo corte, no entanto, por julgar que as incertezas do cenário ainda colocavam risco para o cumprimento das metas em 2009. "Ainda não se consolidou o processo de reversão da tendência de afastamento da inflação em relação à trajetória de metas, que vem se verificando desde o final de 2007, embora o risco de uma deterioração ainda maior da dinâmica inflacionária venha se reduzindo", diz o Copom na ata da última reunião.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação