Economia

Para Lula, começo de 2009 será o mais difícil, mas afirma que ninguém fala em recessão

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postado em 20/12/2008 08:31
O otimismo continua em alta no Palácio do Planalto. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante café da manhã com jornalistas, que o país não entrará em recessão no ano que vem, como ocorreu com Japão, Alemanha, Itália, Inglaterra e Estados Unidos devido à crise mundial. Lula foi enfático ao negar tal possibilidade e reafirmou a aposta em crescimento de 4% em 2009. ;Nem a imprensa, nem a oposição, nem os especialistas falam em recessão;, declarou o presidente. Na terça-feira passada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou previsão segundo a qual o Brasil entrará em recessão no fim do primeiro trimestre do próximo ano, quando a atividade econômica registraria redução de 1,1% em relação aos últimos três meses de 2008. Tecnicamente, há recessão quando ocorre retração por dois trimestres seguidos. Ontem, Lula admitiu que o início de 2009 será fundamental para o desempenho ao longo do ano. Por isso, prometeu o aumento dos investimentos públicos e novas medidas para estimular a produção. ;O primeiro trimestre é o mais delicado. Será o momento de um esforço imenso para não haver desaceleração das coisas. Se as coisas param, recomeçar do zero leva um tempo enorme;, afirmou o presidente. ;As decisões do governo contra a crise não têm limites;, acrescentou. Lula não quis anunciar quais iniciativas estão sob estudo da equipe econômica. Mesmo assim, ratificou que a prioridade é incentivar setores que geram empregos. Citou como exemplos a construção civil, a agricultura e a indústria automobilística. Falou ainda da necessidade de assegurar capital de giro e crédito de longo prazo para pequenas e médias empresas. Orçamento O presidente avisou que editará uma medida provisória (MP) até o fim do ano destinando ao Fundo Soberano um crédito de R$ 14,2 bilhões. A idéia é investir os recursos em 2009. Além disso, informou que se reunirá com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no dia 29, para discutir remanejamento de verbas. O rearranjo visa a injetar mais dinheiro no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). ;Não fiquem surpresos se incluirmos novas obras no PAC.; Além das novas medidas e do fôlego extra na verba para infra-estrutura, Lula deixou claro que conta com a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje em 13,75% ao ano. De preferência, já no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. ;Até agora, a política monetária foi acertada. Mas, em época de crise, você não pode agir do mesmo jeito.; Depois da crítica, um afago, com uma pitada de provocação. ;O (Henrique) Meirelles é um homem inteligente e sabe o que fazer.; Bem-humorado, o presidente disse ainda que não se arrependeu de ter chamado a crise de ;marolinha;. ;Falei em setembro, e no terceiro trimestre a economia cresceu 6,8%. Faria de novo.;

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