Economia

Caixa reduz taxa de juros de 21 tipos de empréstimos

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postado em 22/12/2008 07:48
A Caixa Econômica Federal anuncia nesta segunda-feira (22/12) um pacote de redução de juros, atendendo a determinação do presidente Lula para que os bancos públicos ampliem a oferta de crédito, pois, sozinha, a renda não terá condições de garantir a meta de crescimento de 4% em 2009 fixada pelo Palácio do Planalto. Segundo a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, foram cortados os encargos de 21 modalidades de empréstimos a pessoas físicas e a empresas. A maior queda, de 24,7%, foi registrada nas operações de penhor, nas quais os tomadores dão jóias como garantia às operações. A taxa caiu de 2,99% para 2,25% ao mês. Os juros máximos cobrados no crédito consignado (com desconto em folha) também tiveram baixa expressiva (16,3%), de 2,99% para 2,50% mensais. Ficaram mais baratos ainda o crédito pessoal, o cheque especial, o cartão de crédito e financiamento de capital de giro. ;A redução dos juros dos nossos produtos vai além do corte do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) promovido pelo governo;, garantiu Maria Fernanda. Na semana passada, o Ministério da Fazenda anunciou a diminuição do IOF, de 3% para 1,5% ao ano, como forma de pressionar os bancos a baixarem o spread (diferença entre o que as instituições pagam para captar recursos no mercado e o quanto cobram para emprestar à clientela), que aumentou muito depois da crise. ;Nosso plano é muito mais agressivo. Antes de reduzir os juros, fizemos uma ampla avaliação do sistema financeiro. E identificamos que a hora de a Caixa crescer é agora, de ter uma participação mais efetiva no crédito do país. Esse crescimento se dará por meio de juros menores às empresas e aos consumidores;, afirmou. A meta da Caixa é ampliar de 3,5% para 11% a sua participação no crédito total do país até 2015. A presidente da Caixa reconheceu, porém, que a estratégia da instituição está vinculada aos planos do governo de manter a economia aquecida ao longo do ano que vem. ;A preocupação do presidente Lula é a preocupação da Caixa, um banco público que tem como missão democratizar o acesso ao crédito;, frisou. Ela destacou ainda que, nos países com bancos públicos estruturados, como capacidade de intervenção e atuação, como o Brasil, os impactos da crise têm sido reduzidos e a necessidade de se injetar dinheiro público na economia, menor. ;Nosso entendimento é que a Caixa está respondendo às necessidades dos cidadãos e das empresas. Estamos fazendo crédito de boa qualidade a juros menores para que possamos manter o ritmo de crescimento da economia;, assinalou Maria Fernanda. ;A estratégia é muito bem definida. E vale também para os investimentos públicos. Nós operamos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de habitação e saneamento. Todos os investimentos serão mantidos. Vamos monitorar todos os contratos e fazer um acompanhamento sistemático das liberações de recursos;, emendou. ;Tudo, é claro, seguindo uma política prudencial, de baixo risco;, assegurou. Ajuda da Selic Na avaliação da presidente da Caixa, a queda dos juros promovida pelos bancos públicos ; há três semanas, o Banco do Brasil cortou encargos de várias operações ; terá de ser seguida pelas instituições privadas. E esse movimento, acredita ela, será facilitado pelo recuo da taxa básica (Selic) a partir de janeiro, conforme indicou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. ;O interessante é que estamos ampliando as nossas carteiras de crédito com queda na inadimplência, que, no caso das empresas, saiu de 7,6%, em 2007, para 2,3% em outubro, devendo fechar o ano abaixo de 2%;, afirmou. Pelas contas do vice-presidente de Controle e Riscos da Caixa, Marcos Vasconcelos, a carteira de empréstimos às pessoas físicas fechará 2008 com elevação próxima de 30%. Já os financiamentos às empresas aumentarão 42%. ;Estamos crescendo 50% acima da média do mercado e esta será a primeira vez na história do banco que o avanço das operações com pessoas jurídicas será maior do que com os consumidores;, disse. Para 2009, a previsão é de que o saldo dos empréstimos às empresas aumente 35% e às pessoas físicas, 27%. O aumento do crédito às empresas se consolidou, segundo o vice-presidente de Atendimento da Caixa, Carlos Augusto Borges, depois do polêmico empréstimo de R$ 2 bilhões à Petrobras em outubro. ;De lá para cá, as grandes empresas descobriram como é vantajoso ser cliente da Caixa. Nossa média diária de consultas a essas companhias passou, em média, de 20 para 30;, contou. ;Tentaram fazer um escândalo, mas o que vimos foi uma bela campanha de marketing para o banco;, disse.

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