Economia

Em dia de poucos negócios, Bovespa fecha em forte queda de 3,87%

;

postado em 22/12/2008 18:43
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) emendou seu quarto dia de perdas nesta segunda-feira (22/12), ocasionada pela forte queda da cotação do petróleo e, consequentemente, os papéis das "blue-chips" brasileiras, as ações líderes do mercado acionário. O câmbio seguiu a tendência de alta durante todo o dia e fechou em R$ 2,395. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 3,87% no fechamento para os 37.618 pontos. Com o mercado financeiro esvaziado devido as festas de fim de ano, o giro financeiro ficou em apenas R$ 2,5 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, ainda aberta, opera em queda de 2,14% e o índice Nasdaq cai 3,55%. A ação preferencial da Petrobras sofreu queda de 5,18% e o mesmo papel da Vale fechou em declínio de 4,40%. Os preços das commodities mantiveram o ritmo de queda verificado na semana passada, com destaque para o petróleo: na praça de Nova York, a cotação do barril para entrega em fevereiro despencou 5,78%, para US$ 39,91. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,395 para venda, em alta de 1,48%. A taxa de risco-país marca 433 pontos, número 3,06% abaixo da pontuação anterior. Segundo o economista da corretora InfraAsset, Fábio Gouveia, a Bolsa brasileira é fortemente influenciada pelo preços das commodities, que afetam as duas principais empresas do pregão - Petrobras e Vale -, além das siderúrgicas. Gouveia explicou que as duas últimas semanas de dezembro não devem refletir o cenário para o início de 2009, já que a Bovespa terá menos dias de negociação - estará fechada nas próximas duas quartas e quintas - e o baixo volume no giro financeiro. "(O baixo volume de negociação) é esperado e essa é a tendência até o fim do ano", disse Gouveia. Ele acredita que o Ibovespa deve oscilar entre 36 mil e 40 mil pontos até o fim de 2008. Brasil No cenário doméstico, o Relatório de Inflação do Banco Central apontou previsão de crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) para este ano, de 5,6%, contra 5% na previsão de setembro. Para o ano que vem, porém, a estimativa é de retração, com expansão do PIB de 3,2%. Para a inflação, o BC elevou a previsão para este ano, de 6,2%, ligeiramente acima dos 6,1% do relatório anterior divulgado no final de setembro. Para 2009, porém, a projeção diminuiu de 4,8% para 4,7%. As duas previsões ficaram acima do centro da meta para os dois anos que é de 4,5%. Esses números são do chamado "cenário de referência", que leva em consideração a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,40 e a selic em 13,75%. Nesse cenário, a projeção para o primeiro trimestre de 2009 é de 6,3%. Para o quarto trimestre de 2010, cai para 4,2%. A pesquisa semanal Focus, feita com economistas ouvidos pelo Banco Central, apontou para 2008 inflação de 6,03% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação, abaixo dos 6,13% na previsão divulgada uma semana antes. Para 2009, a taxa também registrou redução, para 5,02%, contra 5,20% no relatório da semana passada. Quanto à previsão de crescimento do PIB para 2009, o estudo indica redução, para 2,4% (ante 2,5% do relatório anterior). Para este ano, a previsão subiu de 5,59% para 5,60%. Ainda no cenário doméstico, a balança comercial brasileira registrou um superávit (diferença entre o valor exportado e o importado) de US$ 416 milhões (média diária de US$ 83,2 milhões) na terceira semana de dezembro de 2008 (entre os dias 15 e 21), segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Com o resultado de hoje, a balança comercial brasileira mantém o desempenho positivo visto na semana passada, quando houve um superávit comercial de US$ 947 milhões. O mês, no entanto, abriu com um déficit de US$ 435 milhões.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação