postado em 24/12/2008 08:49
A Petrobras afirmou ontem que decidiu alongar e ampliar os empréstimos com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil com o objetivo de manter a companhia adimplente diante de "sua previsão de entradas e saídas de caixa".
Na noite de anteontem, a estatal comunicou que alongou os prazos dos financiamentos contraídos junto a Caixa e BB e obteve mais dinheiro dos dois bancos estatais. "Essa antecipação é feita em prazo suficiente para garantir a adimplência da companhia. É tradição na empresa buscar recursos em todas as fontes a que tem acesso e tem como estratégia manter esta política", disse a Petrobras em resposta à Folha.
No final de outubro, a empresa captou R$ 2 bilhões com a Caixa, numa operação polêmica, criticada até pelo presidente Lula: "A Petrobras é tão poderosa que [o fato de] ir à Caixa pegar dinheiro, obviamente, tira de uma pequena empresa, da construção civil, do comércio".
Segundo a Petrobras, o financiamento -que tinha prazo até 2009- foi pago e, em seguida, renovado com o acréscimo de R$ 1,5 bilhão. Ou seja, o total captado com a Caixa passou para R$ 3,6 bilhões. Já o prazo foi estendido para 2011.
Também em 2011, a Petrobras precisará pagar os R$ 2 bilhões que agora deve ao BB. O empréstimo original, tomado no primeiro semestre, somava R$ 750 milhões. Assim como ocorreu com a CEF, a estatal antecipou os pagamentos das parcelas -que venciam até 2009- e renovou o empréstimo por um prazo mais longo.
Sobre o destino dos recursos, a Petrobras afirmou apenas que "têm aplicação corporativa" e que não há uma aplicação específica -empréstimos com prazo mais longos, entretanto, são normalmente atrelados a investimentos; já os mais cursos, a capital de giro.
A estatal não esclareceu se as condições dos novos empréstimos são mais favoráveis à empresa.