Jornal Correio Braziliense

Economia

Lula espera recuperação do mercado de trabalho

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou otimismo quanto aos rumos futuros do mercado de trabalho. Durante a 2ª Cúpula Empresarial Brasil-União Européia, o presidente Lula foi questionado sobre a perda de 40,8 mil vagas em novembro, segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados na segunda-feira. Ele argumentou que de janeiro de 2007 a outubro de 2008, o mercado de trabalho brasileiro contou com um acréscimo de 4 milhões de pessoas ocupadas, sendo que somente nos primeiros 10 meses deste ano foram registrados 2,2 milhões de novos trabalhadores com carteira assinada no Brasil. O presidente Lula afirmou que essa perda de vagas poderá ser recuperada a partir de 2009 por meio de novas vagas criadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e por outros programas que podem vir a ser anunciados pelo governo. ;A crise não se resolve com choradeira nem com pessimismo e sim com investimento e com trabalho, e isso é o que eu vou continuar fazendo porque acredito no potencial do Brasil, afirmou o presidente. Em novembro, os setores que mais demitiram foram a indústria de transformação, a agricultura e a construção civil. De forma desagregada, as montadoras e as empresas de extração mineral foram as que mais demitiram. Lula lembrou que, quando a crise econômica internacional intensificou seus efeitos negativos no quarto trimestre deste ano, o Brasil foi um dos primeiros a divulgar medidas que pudessem conter o impacto da crise sobre a economia real. Na avaliação do presidente, o país é um dos mais preparados para enfrentar a crise. Ele argumentou que a perda de postos de trabalho pode ter sido influenciada pelo recuo na oferta de crédito no mercado doméstico. O presidente lembrou que cerca de 30% do crédito usado no país é captado no mercado internacional, que sofreu um forte recuo na oferta de financiamentos. Também presente ao evento, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, não quis comentar o cenário de emprego no Brasil, porque não está familiarizado com o tema. Entretanto, Sarkozy disse que a França já está preocupada com o impacto negativo que a crise pode ter sobre o mercado de trabalho francês. Vale Também ontem os Sindicatos da Coordenação Única dos Trabalhadores da Companhia Vale (Cutvale) informaram por meio de nota que aceitam discutir redução na jornada de trabalho dos trabalhadores da companhia desde que a companhia revogue as demissões feitas em novembro. Segundo o comunicado da Cutvale, proposta nesta linha foi encaminhada ao presidente da Vale, Roger Agnelli, e ao presidente do Conselho de Administração da companhia, Sérgio Ricardo Silva Rosa. No documento, a coordenação propõe discutir soluções que ;poderiam amenizar a crise que está ocorrendo na Vale;. ;Este momento requer da direção da empresa, bem como dos representantes dos trabalhadores, reflexão e atitudes construtivas, objetivando a superação deste momento de insegurança, que resulta apenas em desconfiança e insatisfação da força produtiva da Vale;, relata a nota. Segundo o diretor da Cutvale, Jorge Luiz Campos, há a expectativa de que representantes do sindicatos se reúnam com a empresa em janeiro. Até o momento, a Vale anunciou 1,3 mil demissões de trabalhadores. Mas a Cutvale alega que 3 mil funcionários diretos foram desligados e 6 mil trabalhadores terceirizados. ;Sabemos que é complicado rever demissões;, disse.